sábado, 14 de dezembro de 2013

O discurso do não-método

"Repare bem
No que eu não digo"
P. Leminski

Fico impressionada com a quantidade de ideogramas espalhados pela cidade de Tainam. Se não fossem tão belos, com certeza a poluição visual irritaria os prefeitos que não têm mais o que fazer.

Entretanto, a sonoridade da língua é simples. Na tradução do português para o chinês, uma longa frase é dita em 3 sons...

Uma taiwanesa me explicou: nos ideogramas, está tudo explicadinho: gênero, tempo verbal, tudo tem  seu símbolo. Mas a fala é única. Isso pq nem tudo precisa ser dito, se muito estamos vivenciando. Para quê falar o que se vê e entende só pela percepção?

Faz todo sentido...

Por que um poema concreto nos diz tanto? Ou uma história em quadrinhos? Ou até... Por que precisamos desenhar ou fazer esquemas para algo melhor explicar?

Nosso alfabeto é pouco. Nossas palavras são dúbias. A representação intelectual por este método ocidental é falha. Mas nela insistimos com estudos hermenêuticos, com filosofia da linguagem... Mais uma herança cartesiana ou até Aristotélica na metodologia mais que arcaica...

Por que nosso jeito de inovar só se prende nas mudanças de assunto, na mudança da matéria? Mais uma vez constato: a real revolução do pensamento e do modo de vida está na mudança do método, da forma!!!

Mas isso é demais arriscado, não? Como pensar sem esquematizar? Como nos livrar das fórmulas?!?!

Aaaaahhh Foucault!!!!!

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