quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Jump





Não entendo o porquê do freio de mão...

PULE!!!

Medo de que? Manda ver! Sem medo de ter escolhido a face errada

Percebeu que tá ruim? Ora, mude o ângulo e prossiga... nem que seja 1 grau, já fará diferença...

Afinal, nem todos têm a coragem de partir para uma mudança radical.

Eu, sempre

PULO!!!!

E depois corro atrás ;)

Cum fé!

obs: saudaaaaaade deste som =)

domingo, 28 de outubro de 2012

Luz

Dia desses, cansada de tantos problemas para resolver, tanta coisa bacana que estou deixando de lado por conta disso, qdo dei por mim estava parada diante da minha biblioteca...

Meus olhos percorreram as estantes...
Naquele calor, uma brisa fresca soprou em meu rosto com um cheirinho de verbena
E a música despertou



Peguei aquele livro...
folheei as páginas...
eu me lembrava de cada passagem
         cada cena
                cada gesto
                        cada sorriso

aquela emoção acesa na lembrança
o som abafado, o aroma chega atravessado na seda que envolve as narinas, a imagem translúcida...

mas não há mais o medo da intensidade do som, ou das cores agressivas, ou da fúria da alma. Afinal, o fim da história está posto, já sei.

mas aquele furacão me arrebata, e nele sou levada à violência do mergulho no fundinho da minha alma. Um portal que se abre, tudo de novo, e que não consegue esconder a beleza da sua imagem misturada à minha láaaaaa nas entranhas do meu ser.

A luz é tanta, que fecho o livro.

Se este medo voltou tudodenovo...
... talvez a história não tenha, de fato, chegado ao fim.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

energia pura

Este mundo da mecânica quântica é muito louco para mim. E tremendamente difícil para entender tbém. Acho que por isso é que ele acaba sendo meu "Deus" ou "tapa-buraco"...

Tvez exista uma energia perdida por aí, que atravessou o tempo, transcendeu a localidade...




E por vezes um Encontro, ou um Baita Encontro, ou um Encontro do Cacete, consegue colapsar esta energia, uma

EXPLOSÃO!!!!!

Aquela em que perdemos a noção de nós mesmos.
Em que invadimos o nosso Ser, mergulhando na alma do outro e lá nos encontramos...
... cada vez mais fundo
... infinitamente fundo

Para este movimento, só vejo como possível uma implosão

...

ficamos em pedacinhos.
Alguns com partes de um, outros com partes do outro, outros com a mistura dos dois...
Um CalEIdOscóPiO!!!

Nestes termos, frágeis, despedaçados, qualquer brisa
P u  l v  e   i     r      i    
                                       z      
                                                      a

e, de novo, há energia nossa por todos os lados, que transcende o tempo e o espaço
Ocupam hoje, ontem, amanhã, esta realidade, uma realidade paralela, os sonhos...

E, enfim, quando ela quer colapsar... ambos sentimos. Lá e cá. Ontem e hoje. Hoje e amanhã...

Isso não acaba nunca. É energia pura. E, se nos encontramos, colapsa

EXPLODE

... tudo, tudo de novo.

eu não sei se aguento

http://autretourdelafolie.blogspot.com.br/2011/11/paixao-pelo-amor.html

É... eu não aguento.

domingo, 14 de outubro de 2012

"eu to cansada dessa merda"

‎"Diverte-se a multidão que exige o sensacional. Paradas, encenações de grandes espetáculos, a morte de homens ou de animais são o lote cotidiano de um público que pede para ser enfeitiçado".
Jean-Noel Robert.

Chupinhei esta citação do perfil de um amigo. Não conheço Jean-Noel Robert, nem sei de que época fala, mas é beeeeem atual. Na realidade, é essencial. Faz parte da natureza humana, seja na antiguidade, oriente, agora...


Acho que meu amigo anda de saco cheio, feito eu rsrs

O interessante de se envelhecer é vivenciar, cada vez mais, o que se lê e vê na literatura, no cinema, na ficção. A cada dia fazemos links entre o abstrato e o real, sem pesar ou prazer, é o que é.
Já disse um dia a alguém que escrevo este blog para minhas filhas. E acho que cada letra aqui provém disso - da "realização" do fantástico, da comprovação das coisas que parecem absurdas e fantasiosas. Um diário de bordo sobre o que é vivenciado, na pele, o que passou do mundo das idéias para o mundo do real (inclusive as idéias podem ser reais, diferente das conjecturas...).
Daí as diferenças entre um estado anárquico aos 15, aos 20, aos 40, aos 60, aos 80, aos 100 (sim! Tenho alguns pacientes entre 90 e 100 anos! Hiper lúcidos e ativos!!!). Se antes era "bacana", se há governo sou contra, etc, etc, passa-se depois por uma certa vergonha. Vergonha de não conseguir assumir lado algum, de ter desistido de ler jornais, de se passar por um alienado e desinformado (desEnformado rs). Chega uma hora, de tanto vivenciar a coisa podre, que acaba a vergonha. Não nos rendemos mais à pressão: "vc vai se alienar? Vc é responsável por isso!!!! Faça alguma coisa!!!"

Cara, fazer O QUÊ?!?!?!

Se, desde a antiguidade é esta merda? Sempre que se pensa no coletivo, chega-se à conclusão em que Platão chegou sobre Atenas - tá deteriorada, não tem mais jeito!

Comecei a campanha ao voto nulo. E nunca foi tão consciente. Aquele medo de ser responsável, acabou. Só nos chamam para a responsabilidade nestes cenários impossíveis. Sou responsável pelo que está ao alcance das minhas mãos, e não por esta merda.

Tenho sorte na minha profissão. Independente de governo, de credo, de cultura ou linguagem, lido com o corpo humano. Sei lá, não dou conta de tratar animais ou marcianos, mas a linguagem do corpo (olho) humano, entendo e sei tratar. Faço isso aqui, em Bali, na faixa de Gaza, no futuro, no passado... Sob petistas, sob tucanos, corruptos, presidiários, sacerdotes, o que for. Tenho sim uma profissão independente e universal, ainda bem! (Meninas, existe melhor profissão? Sigam-me! rsrs)

E... tenho sorte em conhecer Rilke: "se a própria existência cotidiana lhe parecer pobre, não a acuse. Acuse a si mesmo, diga consigo que não é bastante poeta para extrair as suas riquezas."

Mantra.
Pronto, acabou o desabafo. Rilke SEMPRE salva...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Poço Midriático

Esses dias voltei a me lembrar do mundo underground.

Eu me lembrava de escutar, há muuuuito tempo atrás, do povo midriático-alucinado, que o fármaco abria as portas para a intuição, para a criatividade, para o inconsciente, blá blá...
Como sempre fui de dar corda para o discurso do outro, para conhecer outras formas de pensamento, concordava e fundamentava numa cadeia lógica de razões (até as hipóteses mais estapafúrdias são convincentes dentro de uma cadeia lógica de razões... o outro dificilmente capta um absurdinho bem encaixado rs..), escutava...
observava a fala truncada e a midríase fixa...
a coriza...

E ficava na minha.

Mas aí, numa festa da biologia, aquela com fogueira e Pink Floyd, meu olhar se cruzou com aquela midríase... na penumbra da combustão incompleta da lenha... o cara estava com meu super-amigo-de-infância, músico, hoje um violonista de primeiríiiiissiimaa!

Bom, se "boi malhado anda com boi malhado", como uma tia sempre me dizia, trocamos telefones. E fomos a uma festa perto da USP, muuuuito maluca.

Ficamos num sofá, hoooras. No silêncio. Olhando para os ponteiros do relógio.
Cada coisa que a gente faz no auge da juventude... Hj, só rindo! kkk Mas achei que algo estava esquisito.
Resolvemos sair para a festa, que estava quase acabando (putz, foram hooooras SÓ no silêncio). E aí, um pouco desgrudados, eu o ouvi falando sobre o fármaco - que, sorte minha, havia acabado.

Acho que fiquei meio incomodada com aquilo - sempre fui certinha, já estudava medicina e já sabia dos prós e contras...

Bom, mas aquela "conversa"de olhares na penumbra sob Pink Floyd ficou na minha cabeça. Resolvi insistir.

Fazia farmácia por imposição dos pais, e nos encontramos uma ou outra vez na Química - ele era beeeem devagar mesmo ("bradi", jargão dos fmuspianos)
Fazia ECA - música - e o ouvi tocar: um espanto! Isso sim o revelava. Na música eu reencontrava aquele que acolhi na festa da biologia. Nem reparava no olhar midriático, nem precisava. O cara era o Mundo de Heidegger. Na Terra (música) se mostrava Mundo (o Ser).

Mas era um Ser dicotômico. Não dei conta de montar o quebra-cabeças (afinal, primeiro eu teria que montar o MEU quebra-cabeças..), e nos perdemos nesta vida.

Até que, já grisalho, o reconheci sob a ficha do novo paciente.
PUTZ!!!!
Fisicamente, o mesmo. Algumas rugas e cabelos brancos a mais...
mas irreconhecível. Parecia desconectado do mundo.

Perguntei sobre a música! Quem sabe assim o reconhecesse!

Nem assim.

Uma pena...

Talvez algumas pessoas, dicotômicas ou não, acabem se afogando nesse poço midriático da intuição, criatividade, do inconsciente, e se perdem
Desconectam do mundo real
e os perdemos sem nem perceber quanto.




domingo, 7 de outubro de 2012

the ex



Foi nesta rua deserta, tvez um pouco menos iluminada e o carro menos antigo e mais velho...
Passei umas 3 vezes a portinha pequenina, não encontrava o número certo.
Parei, andei, achei, entrei... Fui chamada pelo som do violino.
Atonal
Distônica no local. Parecia que estava solta do contexto...

Pedi uma cerveja. Descobri faz pouco que álcool ajuda sim!

Relaxei...

Sentei no sofá igualmente atonal... mas que tinha sua função no cenário, na frente de uma arara cheia de roupas vintage. Uma mesa de madeira maciça na minha frente, peguei meu moleskine e comecei a desenhar para me fazer companhia.

Pronto, a porta do "teatro" abriu. Entrei, sentei na frente (como sempre), e o vi no palco.
Era a passagem de som? Um som que não combinava com os instrumentos que via!

Aliás... NADA combinava com NADA! O baixo cantava diferente e conversava com a bateria, que nem sei como entravam em sintonia, os sopros em escalas além das ondas, as cordas do violão vibravam por outros estímulos.

E eu me lembrei da sua midríase na íris despigmentada. Mergulhava no poço da pupila, enoooorme e infinita. Nenhum som, nenhuma palavra, e me afogava na sua doçura. A ternura era tanta que me assustava!

Vc me assustou. Vc me assusta. A midríase é tanta que tenho medo de me perder...

E fico aqui. No meu cantinho. Observando, atônita, a sintonia dentro deste som atonal que novamente a vida me traz.