terça-feira, 8 de junho de 2010

Here comes the sun



Sabe que deixei a persiana do quarto aberta?

Qdo chegou foi tanta a adrenalina... Tentamos segurar com distinção: abri um vinho chileno - esses são mais difíceis de errar, não? A alcoolemia foi subindo devagar enquanto nos aproximávamos de mansinho, ao som de li ci o so dessa bossa cheia de elegância.

Uma interface de alguns nanômetros entre nós. Consigo inspirar o ar q vc expira e ele me dá suas coordenadas internas... o nível de adrenalina, testosterona, cortisol, glucagon... aqueles que promovem a reação de alerta: taquicardia, aumento da frequencia respiratória, sudorese, tremor de extremidades (o suor frio...), a midríase que permite o mergulho nos olhos, e... a redistribuição sanguínea.

O vinho, lascivo, afasta o comando racional e a conversa vai ficando desconexa. Deslizo as mãos nos teus cabelos e interrompo o discurso com os lábios.

Pronto. Esse foi o gatilho.

Nem sei mais por onde correm as mãos. Não sei de mais nada: o espaço outro é o real, o tempo perde o reinado, o rítmo do corpo é soberano!

As imagens que atingem o lobo occipital são das mais diversas: cores, como do quadro do Chagall, impressionistas de Monet, expressionistas de Münch, fractais de Escher...

Estamos suspensos!

Não sei como fomos parar na minha cama gigante, o que se passou, acho que foi uma explosão mesmo - fragmentos de tecido, células epidérmicas e respingos de seiva por tudo que é lado... E a sensação de implosão tbém: toda aberta para vc entrar no meu corpo, desbravar o pensamento e a congruência de almas - ou a ex(im)plosão foi tanta que virou um "mix"?



Nos braços dos deuses, abro os olhos devagarzinho com os primeiros raios de sol nesta manhã fria... Escapo da segurança divina, me aconchego nos teus braços e fecho os olhos com um sorriso tranquilo...

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