Quimera de estórias

Quando você chegou, com 50 Meninas fresquinhas da manhã se aproximavam da minutos de atraso, imaginei você logo lá, na cama, elas se esgueiravam por baixo do cobertor seu pau duro, pensei em como seria bom lamber suas mãozinhas me cutucando seus mamilos. Você posava de super-herói das cócegas, beijos, abraços pra todo lado amazônias, matas atlânticas e cerrados. Eu queria mesmo era gira-gira... Ei, eu disse, vocês não vão, as duas, montar em você em mim ao mesmo tempo que beijava a tua boca. Você segurava forte meu quadril não vai aguentar! Vamos brincar um pouquinho mais e depois tomar café... e feroz. Mas eu só adivinhava o que tinha por trás do senhor Capitão espada na cinta ginete na mão... Bambalalão do time de rugby da escola... Já era noite, você tinha atendido uns 30 telefonemas, tinha que partir... Que tal um passeio na pracinha? (então usei nosso código secreto pra super divertido): Precisei das 2 mãos pra te puxar pelo braço: que tal voltar andando pra ver estrelas?

1. eu te amo

Um "eu te amo" é ousado.
Não aquele que se diz para as flores, para a lua, para o mundo e outrosmundos. Este, na verdade, é o "eu me amo", um estado apaixonante em que TUDO fica colorido e saboroso.

O "eu te amo" ousado é aquele que se atreve a prender o outro. Fisga as vísceras. Se o outro partir, fica sem elas.

Mas existe o "eu te amo" que ascende. Que pretende libertar. Talvez seja aquele dito por quem suou para respirar ar puro. Aquele que só persegue os que voam, e nem percebe os que ficam. É pedante, sim - fazer o que? Não é para todos.

Assim te amo. Não te quero preso ao meu lado e nem ao meu espírito. Também gosto de voar.
A gente sempre se encontra por aí - nas alturas, nos vôos rasantes, na despressurização...

Até mais!

P.S. Será que isso é realmente possível?

Forget about the past

Forget about the past
(in)tenses
Want tongues, penis and fingers
all that pierces and connects
you to me
and saliva, sperm and sweat
all that stains and sticks
me to you
liquid, spill it, spell it
your name
in my year

Endless meeting

Se a reunião é endless
Se Brasília é um pulo
meu desejo é infinito, um sobressalto... pra vc
Vc que fez... comigo?
Forget it! Se eu entender, acaba
vira cinza rotina, escravidão,
muro, morro (aos poucos)
Quero não!

(Beijo o teu queixo,
um instante
Teu gozo repousa
na minha mão)

?

Vc se importa?
Vem pq quer ou pq quero?
Como sabe que quero?
O que vc quer afinal?

Mas que diabo será isso...

A esfinge

Meu querido W,

Se me liguei em vc é por que ele veio antes... Te conto então a historinha do primeiro, o que me tirou do casamento, depois do sério e me recolocou no prumo... paradoxal? É seu segundo nome...

I. "Isso é pra você, é meu último dia", ele falou. Era Drummond. Na dedicatória: "não basta viver, vc tem que sentir!!" Dois pontos de exclamação eram pouco pro que se seguiu... A esfinge do seu olho esquerdo disse: "vc não é quem vc pensa que é"... (mandaram essa pro Édipo também rs rs rs). Em 3 meses comecei a terapia e minha empresa matrimonial entrava no FMI. E eu? Tava viva!

II. "Este é o F., veio pra fazer seu estágio opcional na nossa UTI", avisou o Pedro mal eu chegava, atrasilda... De tênis vermelho e calça rasgada, soqueira de anéis de prata, poderia estar em qualquer editorial da Vogue, na semana de NY para o Calvin Klein ou em Milão para o Zegna. Dasluzetes babando... Mas não. Me cumprimentou formalmente "Dra..." e com o olhar tímido, maroto, quente e curioso... Como todo hiperativo.

III. Intenso em tudo. No empenho, na indignação; doce com os pacientes, agudo e veloz... Na visita suas falas eram teatro. Já envolvida, mas com medo (o medo era a única coisa que eu sentia na época), mandava ele pra outra diarista. Ele não ia e monstros mitológicos brotavam de seus olhos. Nos sonhos e durante a vida acordada. Intensa felicidade.

IV. Voltou como staff. Descobrimos o que era crime passional: "eu vou te matar, seu desgraçado!" "não, eu é que vou acabar com vc, metida!". Resolvi não enfrentar o campeão paulista dos meio-médios no ringue.

V. The settlement: o casamento dele, um chocolate 70%, receber seus poemas pessoanos, minha iniciação no boxe, virar torcedora do Corínthians (ah isso NÃO!)...

VI. Ainda outro dia ouvi de um amigo dele: "Vc e o F., hmmm, se vc tivesse 10 anos a menos..." Surpresa: "Como assim? Ele ainda fala de mim?" "Muuuito!"...
Como não rejuvenescerei, vou esperar ele ter 10 anos a mais, então... os hiperativos melhoram com o tempo, não é, my darling sweetheart?

Brinco... te adoro agora como há 25 e nos próximos 10 (anos ou minutos, it's up to you, baby rs rs rs...)

Bj~

All Star

All Star
(rosa no pé
sou moleca
sapeca com você)
Do they collide
as your body into mine
Your move, my thirst
My hands, your skin
na minha luz, tua seta
de voz dos anjos, ereta

Você que vem vindo

Hey!

Tanto para dizer, e ao mesmo tempo, nada... Nada de objetivo. Como: faça isso, não faça aquilo, brinque lá que é legal, não siga por alí que é perigoso.. Não é por aí.

Se é que tem alguma regra,

1. Não pretenda fazer nada de grandioso - como diz o pai das ciências, Aristóteles, quem se fixa no Fim, se perde no meio do caminho. Prossiga com atos segundo uma escolha deliberada, estreitamente conectada ao pensamento, à reflexão, à partir do que está ao alcance das mãos: "o homem deve nascer como que possuindo um olho pelo qual julgará bem segundo a verdade".

2. E o que está ao alcance das mãos? Aí é que é o ponto delicado. Quanto mais focados, menos alternativas disponíveis. Quanto mais lamentamos as perdas, menos alternativas enxergamos. Permita-se! Montaigne passeia e abarca a grandiosidade da diversidade, proporcional à infinitude apresentada pela natureza. Como estabelecer a divisória entre o possível e o impossível, entre o verdadeiro e o falso? Como julgar o que é infinito e movente? Assim, movendo-se, experimenta esta tênue diferença, vivencia o contraste, e só assim pode compreender, praticar o "eu" como fato, como experiência! Seria "tola presunção desdenhar ou condenar tudo o que não nos parece verossímil, defeito comum aos que estimam ser mais dotados de razão do que o homem normal"

3. Ou talvez... Ampliar as aferências e "sentir" as eferências. Uma eferência consciente. E uma aferência livre, a ponto de sobrepujar as expectativas.

É isso.

Com certeza, vai mudar...

Desv(ar)io

Algum dia

Em alguma vida

REaVvOoAaDdAa

....................................................................vc!
...........................................................ar
................E ... ... ... ... de... ... ... v
..............D....................................o
...........A.................................................com
.........D
......U
...A
S

Olhinhos

Meu querido W,

Isso é que é penetração rs rs rs...
É que o teu mundo entrou no meu, sweetie, e engatou meu olhar pra coisas que decerto eu não veria, não fosse a tua passagem... Passo de carro. Farol. Stop... 30 segundos pro pensamento decolar...
Que nada. Percebo 2 seres trôpegos pela calçada de um viaduto qualquer sobre a 23 de Maio, a mulher de casaco cinza... puxa o cara, de casaco preto, malhado, parecendo ainda mais esguio pelo porte grande. Suas pernas tão finas se cruzam, a esquerda dele com dificuldade pra fletir, a direita dela com dificuldade pra erguer. Ele vai dócil, bochechas flácidas balançando, vai lento... Sente dor?
Chegam na praça. O farol abre... Perco a mulher de vista por um tempo, mas vejo que ele se agachou... Stop de novo; estou mais perto agora... A mulher o levanta puxando pelo quadril. Ele faz cara de agradecido, vejo seus olhinhos, são doces e pueris! Não combinam com o corpo, a capa, a dona, a focinheira... Alegria de cachorro... cocô na pracinha! E esse olhar, tem um tanto de vida pra continuar...
E a nossa alegria (de humano), qual será?

Bj, te adoro... inspiradamente...

Tá tudo certo!

Basta um dia vulnerável
Cinza e gelado
que embaça as evidências,
Confunde a realidade

E sua lembrança chega em mim!
Escuto aquela música
Imagem tão doce
repleta de carinho

The smiles returning to the faces

Teu olhar de fogo

Little darling,
I feel that ice's slowly melting

O beijo delicioso
na delicadeza dos detalhes,
retrato da alma
A fantasia louca
que me faz escapar

Sun, here it comes

...It's all right

No encontro da Lua

No encontro da Lua
com Marte
teu rio sobe
pra minha nascente
a gota volta pra nuvem
de abraço frio
morcego vai voar de dia
Teu sangue quente
num quarto dormente
num quarto de hora
passam
camelos, caminhões, retirantes
Minha sede de você
transborda o deserto
e cala a enchente

Inesperado

Serenidade ao abrir as portas para o inesperado é uma virtude.

Para acolher um Bem inesperado, nada melhor que encará-lo como uma AVENTURA -

Isto nos transforma.

Sabe que isso logo termina, não?
Não se trata de um encontro esperado
Nem temos sérias intenções-
muito pelo contrário
Nossos amigos não se combinam
Seus planos não se encaixam com os meus
Seguiremos nossas vidas, cada qual no seu tempo e espaço.

Mas quando começa,
a intenção é a mesma
Fogo alto para combustão completa
Movimentos de pura harmonia
Prazer que cega
Somos senhores do tempo
no espaço que não se limita às 4 paredes

Seguiremos nossas vidas, cada qual no seu tempo e espaço
Mas alguma coisa mudou
Transpassa as expectativas
Imprinta na essência

Somos melhores

Seremos melhores

... não termina

Procuro você nos outros

Procuro você nos outros
(rostos, braços, tatuagens)
homens
Miragem
Você está... também não
Ilusão
Em todos
Em toda minha pele
minha nuca
entre minha boca
encosta minhas coxas
esconde escorre desliza choca
é nenhum e qualquer um

Here comes the sun

Sabe que deixei a persiana do quarto aberta?

Qdo chegou foi tanta a adrenalina... Tentamos segurar com distinção: abri um vinho chileno - esses são mais difíceis de errar, não? A alcoolemia foi subindo devagar enquanto nos aproximávamos de mansinho, ao som de li ci o so dessa bossa cheia de elegância.

Uma interface de alguns nanômetros entre nós. Consigo inspirar o ar q vc expira e ele me dá suas coordenadas internas... o nível de adrenalina, testosterona, cortisol, glucagon... aqueles que promovem a reação de alerta: taquicardia, aumento da frequencia respiratória, sudorese, tremor de extremidades (o suor frio...), a midríase que permite o mergulho nos olhos, e... a redistribuição sanguínea.

O vinho, lascivo, afasta o comando racional e a conversa vai ficando desconexa. Deslizo as mãos nos teus cabelos e interrompo o discurso com os lábios.

Pronto. Esse foi o gatilho.

Nem sei mais por onde correm as mãos. Não sei de mais nada: o espaço outro é o real, o tempo perde o reinado, o rítmo do corpo é soberano!

As imagens que atingem o lobo occipital são das mais diversas: cores, como do quadro do Chagall, impressionistas de Monet, expressionistas de Münch, fractais de Escher...

Estamos suspensos!

Não sei como fomos parar na minha cama gigante, o que se passou, acho que foi uma explosão mesmo - fragmentos de tecido, células epidérmicas e respingos de seiva por tudo que é lado... E a sensação de implosão tbém: toda aberta para vc entrar no meu corpo, desbravar o pensamento e a congruência de almas - ou a ex(im)plosão foi tanta que virou um "mix"?



Nos braços dos deuses, abro os olhos devagarzinho com os primeiros raios de sol nesta manhã fria... Escapo da segurança divina, me aconchego nos teus braços e fecho os olhos com um sorriso tranquilo...

Davi e Golias

Quando quiseres
Sou tua
Davi
antes de Golias
Michelangelo antes da capela
Sixtina
só uma menina
cor agem ação

Tato e gosto

Ora se faz pele, carne, ação
Ora se faz alma, intuição, especulações fascinantes e infinitas
Ora, coincidência de pensamento, projeto de estudo e vida

Passeio e não se fundem
Planejo e me escapam
Evito e me fagocitam

Tateio
ao sabor do menu

Voz

Sobre tua voz
pinto teus óculos,
que esboçam olhos doces
de quem se encanta...

Diante deles mostro a melhor face,
de sorriso tímido e espontâneo,
que abre as portas do breu
silencioso e vazio...

Vontade irresistível de me preencher

e s c o r r e g a r

aquecer, úmido e macio


Tua voz me agarra pela cintura
sussurra no pescoço,
na nuca que arrepia

Tateia meu corpo
acomoda os seios nas mãos
Acaricia... aperta... marca...

Agudo, aguça e afina os sentidos

Penetra fundo
ganha o silêncio absoluto
Este som, precioso,
conservo

Até quando?

Não me interessa!

Je rêve de t'écrire

Je rêve de t'écrire
Je n'ai plus de styllo
Je marche à pied
Je t'ai rencontré
sur des petits papiers
Je porte des talons
Tu as des talents
pour me causer
de la fièvre
Je manque de tes lèvres
Enlève-moi

Sou durante

Sou durante
Penélope... te espero
E no interstício? Nesse silêncio
Te guardo numa sede de calor.

Numa rede de paciência
Caiba todo o amor
Duro, doce, cristal
Carne, mel e sal

Sapatinho roxo

Querido W,

O nome do jogo é get hot, get wet, get away! Né?

Minha vez de jogar... rs rs

Chovia ontem. Eu voltava da academia, saltando as poças, shortinho roxo. A cor me lembrou meu sapato de tachinhas e laço de veludo, salto alto, fininho... Big jump now: penso em vc, sem roupa, deitado. Eu em pé na tua frente, vestindo nada...exceto os sapatos roxos. Começo a andar... pelas tuas pernas, tuas coxas duras, abdomen, peito forte. Paro. Vc segura minhas pernas... eu me viro e volto caminhando, catwalking até teu quadril. Desço e fico novamente de frente pra vc. O desfile, o bumbum, a dor te deixam excitado... muito! Então, "com sensíveis/ movimentos da esperança e da vontade" vou abaixando meu quadril até encostar no teu, deixando vc me penetrar... completamente... assim...

Quer?