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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Jazz

Então... Um pouco de La la land, e um pouco de spoiler tbém


"Há muita magia no filme. Um musical, o que nos leva para um espaço outro. E tem o amor, que é magia em essência.

Um músico, jazz, que nunca foi nem nunca será blockbuster. E tem por sonho um clube de jazz para preservar a beleza de uma harmonia conflitante em que cada musico viaja na própria melodia, meio em paralelo, meio cruzada com as viagens dos outros músicos e que têm sua costura única que leva a uma bela peça.
Uma atriz que vive de teste em teste, e que tem um jeito próprio de contar/ver uma história.

São dois sonhadores que se encontram, se fortalecem com a empolgação, incentivo e admiração do outro. A relação é super profícua, mas esbarra numa realidade que por vezes atropela este outro plano em que se encontram. 
A gente para pra pensar se é possível se manter nesse sonho, tão inspirador e prazeiroso... que parece nos distanciar super da realidade, e, portanto, traduz-se como irreal. Uma irrealidade.

Aí vem a vida que nos puxa para o solo real.
Ela passa num teste para filmar em Paris.
E... ela pergunta para ele: então, o que será de nós?
E ele, com os pés no chão: vc vai agarrar essa oportunidade com todo o seu Ser. E eu vou ter meu clube de jazz. E vou te amar pra sempre.
Ela concorda. O amor será pra sempre.

Passam-se anos...
Ela fez sucesso! Famosa! Casada e com uma filha. Feliz.
Ele tem sucesso no bar. Toca o que gosta, com quem gosta. Feliz 

E eis que, numa quebrada, escapando do trânsito, ela e o marido vão parar naquele clube de jazz.
O músico a vê na platéia.
Inspira fundo.
A imagem se fixa nas teclas do piano.
E ele toca a música deles. 
Com A musica no plano de fundo, passa-se um filme em FF em que tudo foi diferente: ele estava sempre presente, ela tbém (naqueles momentos em que a viagem pessoal foi prioridade), ele foi p Paris com ela, tiveram uma filha, um bar... todas as viagens pessoais, conflitantes, paralelas e cruzadas, conseguiram a harmonia e formaram uma bela peça.
A música acaba.

Ela, ao lado do marido, resolve voltar p casa.

Qdo ela está na porta da saída, seu olhar cruza com o do músico, eles acenam um "sim" com a cabeça: "te amo pra sempre"

Ela segue com o marido.
Ele segue a música."

Sim, o amor! Por vezes ele vem tão avassalador que parece que nos rouba da realidade. Ficamos confusos, o sonho parece mais palpável do que a matéria. Nada encaixa com nada.

Mas aí vem a calma e a atenção nas notas do jazz: cada instrumento faz sua melodia, sua viagem pessoal. A peça vai tomando corpo, e o conjunto fica incrível.

Esta linha invisível que costura os sonhos e a individualidade de cada um, é a parte prática do amor.

E quem há de negar que esta lhe é superior! 

Acho que é isso.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

"Estamos em construção para melhor servir"

Como reaprender a navegar por mares em que quase me afoguei?
Como não cair naquele embate da rotina diária em que
1. alguma bobagem no outro invariavelmente acaba nos irritando: "não deixe o jornal espalhado pela casa!"
2. temos a necessidade inexplicável de ver tudo arrumadinho!! E estamos cansados de arrumar todos os dias - pô, como o cara não percebe?!?!
3. então pedimos, já com ódio pq o cara não percebeu: "será que vc poderia deixar o jornal arrumado depois de lê-lo?"
4. o cara percebe a irritação com que falamos, obedece forçado (mas PRA QUE arrumar o jornal se ela nem vai ler? Ou, qual a diferença de lê-lo na ordem?)
5. se arrumou forçado, sem entender o motivo para fazê-lo, óbvio que depois da 2 ou 3 vez, não mais o fará.
6. aí ela vai ficar com o ódio guardado Até voltar para o número 2
7. agora, ele, de saco cheio, faz que escuta mas nem está aí…

Bom, este é o início. As coisas se repentem de ambos os lados por causa do embate da rotina diária em que alguma bobagem no outro invariavelmente acaba nos irritando.
Dali a pouco, esta indisposição para escutar o outro se espalha por todos os cantos.

Um "aham!" para o que nem registrou
Um "eu sei!" sem saber
Um "tá." sem estar
… um silêncio tenso, repleto de informações e frustrações engolidas pelo travesseiro.

Aí vem a vontade de dormir… para tudo enfiar, cada vez mais, sob os lençóis. Aquilo fica tão "povoado" que não deixa mais espaço para o tesão e o calor gostoso do corpo amado.

E… sabe o que é mais interessante? Tudo, mas tudo, tem a ver com a primeiríssima rusga. Um é organizado e o outro não se importa com a bagunça. Um gosta de sair e o outro de ficar em casa. Um é agilizado e o outro deixa para depois. Um gosta de mandar e o outro faz que obedece.

Neste momento, a ausência não acentua estas diferenças e traz a saudade. Ou, o "cada um no seu canto" faz com que saibamos e respeitemos aquela casa que não é nossa, e esconde a mania do outro. E a saudade aumenta o fogo e abafa a intolerância.

Mas não dá para dizer que a ausência faz bem.



Queremos mais, sempre mais:
Mais perto!
Mais tempo!
Junto! Grudado!
No silêncio, na palavra, no céu estrelado, nos dias de chuva

O caminho…
Não sei!
Talvez seja a disposição para acolher a diferença que o outro traz na nossa vida. E tentar!
Arrumar junto, bagunçar junto, fazer junto, deixar para depois junto..
Perguntar para si mesmo, a cada embate:
- qual a consequência da bagunça?
- qual a consequência do atraso?
- qual a necessidade de sair? Ou de ficar em casa?

é só.. parar para pensar um pouquinho na real necessidade daquele empacamento, para quem vai respingar as consequencias, quem vai pagar por isso, e se isso realmente importa.

Serenidade..
Paciência..
Tolerância..
Acolhimento..
Ternura.

Tudo isso para manter a cama limpa,
Faminta
Sagrada

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Amor e nada

Ainda me lembro de um conversê com um amigo psicólogo.

Meu objetivo era terceirizar e especializar o homem. Deste modo, selecionaria o melhor papo para papear, o melhor sexo para transar, o mais príncipe para romantizar, o melhor poeta para poetizar, o melhor cabra para lutar, o mais sociável para sair com os amigos, o mais azedo para azedar… e assim por diante. Quanto mais "especialidades" o cara tivesse, tanto melhor. Quem sabe se tornaria um fixo e daria menos trabalho no momento de requisitar a função. Mas meu problema é gostar de váaaarios ítens, e seria quase impossível encontrar uma versão masculina de mim mesma.

Briguei pacas com o psicólogo, e por um tempo deixamos de nos falar - acho que isso foi uma heresia com relação à psique humana.

Isso ficou na minha cabeça… Qual o mal nisso? Num mundo extremamente terceirizado e individualista, "coisificado", esta seria a chave para a modernidade nos relacionamentos humanos.

Posso dizer que não fui infeliz nesta empreitada. Afinal, meu crescimento e reinvenção sempre dependeram de mim mesma. Leituras, descobertas, ensinamentos, arte… bastavam!
E posso dizer também que, depois do serviço feito, eu tinha uma enorme vontade de que o cara sumisse da minha frente.

MAS… e sempre há um "mas"…

O outro lado da moeda, bem mais singelo e fácil, é aquele com quem não se faz nada. 
Quando, sem planejar, sem necessitar, sem ter vontade determinada, ficamos com alguém com quem nada planejamos e nem sentimos falta de coisa nenhuma. E, se temos algo para fazer ou alguém para encontrar, dá até uma preguicinha pq está bom demais ficar sem fazer nada com ele.
O dia, a noite, o fim de semana, a semana, o mês, o ano passa.. e nos perguntamos: mas o que foi que fizemos mesmo? Precisamos parar para lembrar pq, qdo listamos, parece que nem foi nada.

Mas bem sabemos o valor deste nada: fácil, singelo, gostoso, tranquilo, sereno… aconchegante.

...e mais nada


terça-feira, 19 de maio de 2015

Só para raros




Alguns podem estranhar - mas o que será que ela vê nele?
O momento não é dos melhores,
a saúde com seus percalços,
os problemas… parecem infinitos

"Mas o que será que ela vê nele?"

Minha vida, bem estruturada
boa moça, boa família
os problemas.. quais?

Eu enxergo além dos olhos
Sua pureza, bondade, transparência
a elegância com o outro - seja ele o porteiro ou o dono da empresa!
o auxiliar ou o chefe do plantão
a humildade, a generosidade,
… o respeito!

O mundo pode desabar que vc não muda!

Nos tempos em que a falta de respeito em nada surpreende,
sua ética me comove.

O mínimo
… tão caro
… só para raros.

Conquistou-me pra sempre =)


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Tolerância

Dia desses, minha filha de 13 anos estava em crise. Não conseguia se acertar com nenhuma das meninas do grupo. Havíamos lido uma crônica juntas em que tiramos um ensinamento: para começar um papo decente, há que se encontrar um ponto em comum, qualquer que seja!

- O problema, mãe, é que não encontro nenhum ponto em comum com elas! Elas só falam de roupas, marcas, maquiagem… e eu não tenho o menor interesse nisso!!! Elas julgam as meninas pelo modo que combinam as roupas ou pela grife, e eu não consigo achar isso importante!!!

É…

Bem…

Seria muito fácil elogiar minha filha e ficar satisfeita com os valores que estamos conseguindo passar, e dizer:
- Elas realmente não valem nada! Amizade assim não vale a pena mesmo!

É…

Bem…

Mas talvez não seja por aí. É muito mais fácil caminhar com os semelhantes, mas a tolerância tbém é um aprendizado. A tolerância nos permite uma vida muito mais rica, por sempre encontrar coisas boas (semelhantes) no outro.

- Pô, mãe, mas aí vou ser uma falsa!!!

Esse é o risco mesmo, ser taxada de falsa. Eu me lembro no meu ano de caloura, que eu transitava por todas as tribos: patricinhas, mauricinhos, esportistas, nerds, japas, judeus, tudo mesmo. As pessoas são legais sim! E num belo dia, entrei numa puta crise pq um boato chegou aos meus ouvidos: "aquela… aquela anda com todo mundo!!!" Um discreto "falsa". Como se fosse sinônimo de autenticidade andar com determinadas pessoas e ser totalmente refratária às outras. Talvez por isso nunca tenha comemorado um aniversário - eu nunca soube como acomodar tanta gente diferente num mesmo ambiente…

Mas depois de tanto ouvir e insistir na tolerância, acabei encontrando nela uma arte. Sou o que sou, todos os diferentes me reconhecem como mesmo e outra. Individualidade respeitada por respeitar a diferença do outro, rir disso tudo, pq a essência mesmo é o que vale. A empatia das essências.

E isso vale muuuuuuuito a pena!!!!!

sábado, 13 de setembro de 2014

Sem palavras...

Sempre tive tanto a dizer
Tanto a refletir
Como se quisesse explodir

Um grito preso na garganta
e que, por aqui, vazasse
articuladamente

Mente, palavra!

sem querer
sem intenção
sem mais

Experienciar

um gesto
o sorriso torto
.. ou largo
o olhar, ah o olhar
o toque das mãos úmidas e fortes
o cheiro, o calor
.. e o arrepio

Fluem! Nas águas tórridas ou calmas
Passam entre os dedos
nada se prende - ainda bem!
é o momento presente, pra sempre

e o grito? A palavra presa na garganta?

… não há!!!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Reinventar-se


http://blogs.estadao.com.br/ruth-manus/o-melhor-do-amor/

Bom mesmo é permitir-se reaprender...

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Eis que você é você!


Ah, é sempre assim…




Eu consigo até imaginar a porta escura que se abre,
   eu entro em câmara lenta,
      o tempo pára um segundinho,
   a música abafa,
teu olhar percorre meu corpo,
   entra na minha alma e… algo te diz:

"é ela!!!"

Rapidinho já me infiltro no som, o corpo se confunde com as ondas sonoras e luminosas. A meia-luz e a multidão me escondem…

Teu olhar me procura. Agora, meio inconsciente, começo a perceber. Algo me direciona a você. Encontra e me enlaça!

Não nos desgrudamos mais! Bom, muito bom!

Já sabia.

Teu lugar ao meu lado todo o tempo. Só que você ainda não tinha ocupado.

Que bom que você é você!!!


Religião

Em tempos de guerra por uma terra santa,
uma batalha no mundo das opiniões, em geral, vazias e tremendamente parciais,
em que o bombardeio de uma escola da ONU torna-se mais uma ferramenta para manipular o senso comum,
deparei-me com esta canção





Não fui criada com crença alguma, além da Ciência.
Estas "Histórias" realmente não me dizem nada. Mas acho um absurdo um pedaço de terra valer mais do que o Outro, mesmo com toda a raiz-santa que a polinize.

Como somos mais generosos com a Humanidade quando amamos..
Como ficamos desprendidos..
De nada vale a simbologia em torno de uma santidade que acaba se tornando motivo de guerra e violência.

NADA que nos é imposto vale tanto quanto aquilo que brota do amor que embala nossos corações. Esta sim é a verdadeira Religião.
Esta é desperta pelo amor ao Outro, sim!
O Outro nos faz Bem. Um Bem imanente, infinitamente gigante. Deus dos homens.
A Este reverencio. Sem nunca ter tido qualquer ensinamento religioso ou doutrinação.

Este Deus ou, este Amor ao Outro é que falta nestes povos que dizem lutar por sua religião.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Remoto Controle



6:00 - Toca o despertador
6:30 - Café com banho tomado
7:00 - Tranca a porta da casa
7:05 - Subsolo
7:10 - Aciona o controle do portão da garagem
7:11-40 - Carros, carros, velocímetro, túnel, carros, semáforo, pedestre, carros, céu, arranhacéu, carros, nuvens, carros, semáforo, portão
7:41 - Manobrista
7:45 - Porta da sala
7:46 - Mala ajeitada, escrivaninha, caneta, papel
… papel, papel, fulano, fulana, papel, caneta, números, letras, 19 graus, uma janela…
12:30-13:30 - De pé, café, estômago…

p a u s a  p e r m i t i d a

13:31-41 - De pé, à pé, calçada, asfalto, calçada, pernas, cintos, camisas

sombra

13:45 - Porta da sala,
Mala já ajeitada, escrivaninha, caneta, papel
… papel, papel, fulano, fulana, papel, caneta, números, letras, 19 graus, uma janela…
18:00 - De pé, mala aberta, escrivaninha arrumada
18:001 - Porta para o hall do elevador
18:01 - Manobrista
18:10-19:30 - Carros, carros, velocímetro, túnel, carros, semáforo, celular, pedestre, carros, céu, arranhacéu, carros, nuvens, carros, semáforo, portão
19:30 - Aciona o controle do portão da garagem
19:38 - Abre a porta do elevador, mala, chaves
19:40 - Destranca a porta da casa
19:41 - Mala largada no chão, tira os sapatos, controle remoto...

Meu amor, cadê você?!?!

Não acorda, não tem ninguém ao lado.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Harmonia celestial

"In physics, the n-body problem is an ancient, classical problem[1] of predicting the individual motions of a group of celestial objects interacting with each other gravitationally."
Do pai dos ignorantes desesperados por uma resposta rápida, Wikipedia...

Nem dá para imaginar a sequencia de fórmulas e letras esquisitas no meio das palavras… Junto com a citação de um cara chamado Poincaré. Eu já meio que entendi que qdo este nome está no meio de um monte de teorias.. a coisa é punk. Bem punk. Como disse uma amiga matemática, Rock'n Roll!!!!!

 I = \sum_{i=1}^N m_i \mathbf{q}_i \cdot \mathbf{q}_i = \sum_{i=1}^N m_i \|\mathbf{q}_i\|^2   - nem consigo imaginar o que seja…

Enfim…

Isto, ao meu ver, caracteriza a dificuldade teórica que temos ao tentar prever a harmonia entre seres diferentes. Ou, a chegada de um "corpo estranho" numa dinâmica social familiar pré-estabelecida.

Por vezes batemos tanto, mas tanto nesta tecla que empacamos.

Desconsideramos a força da Natureza que consegue sim estabelecer uma harmonia entre os corpos celestes.

Entre os seres humanos… cada um com suas convicções, desejos, aspirações, características tão, mas tão diversas… Acho que algo sempre pode nos pegar de surpresa:



Vai chegando devagarinho ao som da melodia,
emitindo pseudópodes que encontram as pequenas frestas
naquela esfera antes hermética

pseudohermética!!!

De repente percebemos o rearranjo,
a harmonia entre os corpos celestes

Como pode ser tão natural?!?!?!




segunda-feira, 10 de março de 2014

Res-res-posta ao Tempo

Dizeres de um querido amigo professor de Direito que acaba de perder o pai

"o problema da relacao medico/familiares lembra a do presidiario com a liberdade...os famliares tem todo tempo do mundo a pensar no problema do seu unico paciente, para quem dedicam toda atencao. o mundo para e eh so eles e o paciente.
o presidiario tem todo tempo do emprisionamento para pensar no tempo que (nao) passa, no agente, no estar fechado, na fuga, na liberdade…"

Será?
Trabalha-se aí o tempo como prazo. Um tempo linear, corrido, segundo a segundo, cronometrado, chronos. Ele interpela nossa vida, nela ocupa um espaço, tem um fim. Como se nossa vida fosse composta por pecinhas de lego.

T0.. T1.. T2………. Tfim

Espera-se que nos situemos neste tempo de qualquer jeito, dado que ele termina. E supõe-se que ao final deste tempo, estaremos aí sim sujeitos ao abismo inusitado da liberdade.
Fim posto… VIDA!!!

Néassimnão!!!!!

O próprio tempo da vida é limitado, oras. Se assim enxergarmos, basta nascer para morrer e fim.

Oxe… Pára com iiiiisssssooooo!!!!!!!

De novo, a Resposta ao Tempo



As poesias, as músicas, SEMPRE nos ensinando por nos fazer sentir a sensação dos dizeres…

"A vida é assim, querido. Sabemos, sempre soubemos.
Mas não podemos ficar reféns do tempo.
Confie na vida!!!! Ela é grandiosamente infinita no que nos oferta, e nos proporciona coisa muito boa sim: o inesperado, novas sensações, conhecimento, inclusive a dor - por que não?
O lance é dar a volta por cima e montar no tempo! Tomar as rédeas dele, torná-lo sempre oportuno - kairós.

Uma amiga um dia perguntou: 'quando chegar a sua hora, estará exausto ou saciado?'
Respondi: 'Porra, nem um nem outro! Estarei  s e d e n t a! Inclusive para saber como é esse tal desse grande mistério que TODOS passarão mas ninguém conta como foi. Diacho de pergunta sem pé nem cabeça, sô!!!'

(O tempo chronos, ) No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer,
Eu posso, ele não vai poder
me esquecer"

Abrir-nos à aventura da vida a cada instante, kairós, eleva nosso tempo à enésima potência toujours

Oh yeah!!!


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

"Deu merda..."

Este texto veio bem a calhar...

http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2014/02/13/carta-ao-raskolnikov-brasileiro/

1. Então vou contar um causo, uma típica briga entre irmãs.
Como de hábito, a irmã caçula encheu o saco da primogênita adolescente que estava quietinha no canto dela. Foi o jeito que a primeira encontrou para chamar a atenção da última, já que ter irmã adolescente é como voltar a ser filha única.

Encheu tanto, mas tanto, que a primogênita se inflou de ódio e avançou como uma tigresa sobre a caçula. As garras marcaram o braço da irmã.

A mãe, como deve ser, correu ao quarto com aquele grito indecente para impedir sei lá o quê. O sangue escorria pela lesão. Fiquei puta pela pele marcada! Passou a destilar todo o verbo para a imoralidade daquela agressão.

Até que vi uma lágrima contida, dolorosa, escorrer pelos olhinhos da minha adolescente cheia de hormônios pululando naquele corpo em definição: "Mãe, vc acha que estou feliz por ver o que eu fiz com ela? Pára de falar! Já deu!"

É... entendemos. Deu merda...

...

2. Vamos para o causo 2, baseado nos fatos dispersos pelos jornais.
Y dirigia muito bem. Era rápido, bom no golpe de vista: passava sem arranhão pelas frestas no trânsito parado E em movimento de SP. Naquele dia foi para uma balada dirigindo - não tinha grana viva para o taxi apesar da curta distância. Bebeu um ou 2 drinques, mas sabe que é forte, difícil ficar bêbado. Ok, mas resolveu esperar até amanhecer para pegar o carro e voltar para casa - era pertinho mesmo...

No meio do caminho, um ciclista em sua direção.

Estava rápido, queria voltar logo para a casa - pertinho - antes que uma blitz o pegasse. Vinha o ciclista, a rua estreitou, mas era bom no golpe de vista e...

Ufa, passou.

Olha pelo retrovisor, nada de ciclista

Um bolo de sangue no banco do passageiro - um braço!!!!!!!!

DEU MERDA!!!!

...

Quando dá merda, não se consegue deixar por isso mesmo. A raiva pela merda instalada quer encontrar um culpado e extravasar-se. Jogam-se pedras meeeeeesmo e crucificam!!!!!

Aí vem:
SE as unhas não estivessem compridas
SE ele fosse uma mão cega no volante
SE não tivesse levado um rojão para a manifestação
e vai além
SE ela engolisse a raiva
SE ele não fosse para a balada
SE ele não fosse à manifestação
...
SE ficássemos trancados na caverna para evitar a merda...

Sabe, de novo tenho receio de entrar na pieguice, mas é verdade. Como em Crime e Castigo. Como na resolução do primeiro causo, presenciado e experienciado:

...

Continuação do 1 causo:

Tanto a mãe quanto a caçula enxergaram aquela dor. A culpa não seria esquecida por conta daquela cicatriz!

Eis que pego as duas, em dado momento, resolvendo naturalmente o problema. A primogênita, artista nata, desenhou uma lindeza com os traços marcados na pele. Uma BAITA lindeza!!!!!!!!
Mãe, quando eu crescer vou fazer essa tatoo! Olha que linda!!!!!!

Bah! O amor, sempre ele. Não aquele amor piegas, que a moral cristã prega. Ou aquele amor de perdição que diz cegar o outro. Trata-se do amor puro, tal qual a intuição pura de Kant. Ou ainda, o amor íntegro, honesto, na justa medida, que vem do espírito, generoso em sua integridade e não no seu dever.

Este amor, que por conta desse estrago nele feito pela linguagem comum agora é necessário ser aprendido, trabalhado, esculpido; transforma sim! Como com Raskolnikov por Sonietchka.
Este amor resultante, que é mais fácil perceber no exercício da maternidade, nos ensina a acolher.
Não há "e se". Há a possibilidade de dar merda, da qual não se pode fugir. Somos humanos soltos na vida, e a característica dela e nossa é a imprevisibilidade. Previsível é só a cadeia de razões explicativas que parecem dar conta do passado e se metem a prever o futuro. Um auto-engano que nos faz nos privar da vida.

Procura-se sempre evitar a merda. Mas ela acontece! Há que se aprender a acolhe-la e nos transformar em seres melhores. E isso, sem pieguisse, só se aprende com o amor digno.

Para os outros, uma cicatriz
Para nós, uma tatoo, linda de doer!

domingo, 8 de dezembro de 2013

Segredinho

Sei que as coisas andam meio complicadas por aí, e se está aqui é para relaxar...

Sim, é um momento só teu que só nós dois sabemos que acontece. Neste segredinho, que nem quando nos encontramos sabemos que existe, eu sei que estamos diferentes. Olhe sem receio para dentro, beeeeeem no fundo e veja que estamos diferentes!

Talvez tenhamos ainda as mesmas convicções que fomos somando ao longo de decepção atrás de decepção. Para quem um dia acreditou muuuuito em alguma coisa, uma derrapada detona todo o castelo com a mesma força com que se formou. E aprendemos a viver sem príncipes e princesas, com a elegância da racionalidade.

Entretanto...

Contigo reaprendi a confiar...

A confiar no que há de bom em todos nós, que escapa da razão. Que existem sim valores para além do que se mostra ter ou não ter.. Que a dignidade existe também em quem tem, oras.

Suportamos o mar de tempestade com alguma coisa além da elegante racionalidade que nos acompanha.. 

Repare...
Analise...

Essa "alguma coisa" é este segredinho aqui conosco agora. A certeza deste amor que nos sustenta e nos intima a aqui persistir e revisitar e relaxar... E que nos leva, pouco a pouco, a nele confiar.

Isso, garanto: é para sempre! A conclusão é exclusivamente racional: 
- a simples constatação de que estamos aqui agora: eu no teclado e vc na tela

Acredite! Tem tudo para dar certo.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Tempos indelicados


Acho que as pessoas andam sendo muito maltratadas.
Ou, as aproximações andam muito interesseiras.

Num mundo em que se mostra o que não é através do que não tem, até os interesses acabam se perdendo. O cara só posta fotos da viagem que fez por 2 dias em 363 no ano. Com amigos que vê uma vez em nunca. Frases isoladas de autor que nunca leu. E se interessa pelo outro por causa destas coisas que o outro nem tem.

Primeiro encontro: muuuuitos risos, de uma personalidade alegre e caricata que não tem - é preciso um esforço, né? Sair num dia punk de trabalho, ou naquele tédio do dia a dia e mostrar a verdadeira face, nem pensar!!!

E daí os relacionamentos adequados, convenientes, de gente que não é.
O sexo não tem entrega. No máximo é divertido e passa o tempo, além de aliviar as necessidades fisiológicas.
Faz parte da vida, assim como bater o ponto no trabalho.

Mas tem um momento em que acordamos para a vida sim - tomara! Há prazer até em pegar um puta trânsito e escutar a trilha sonora bacana que preparou para ficar um tempo consigo mesma. Cada paciente, uma história. 

E cada um que se aproxima, um querido:
Merece sim ser bem tratado. 
Merece carinho e atenção. 
Merece respeito, pelo ser humano que é
Merece cuidado...

E, a cada dia me impressiono o quanto isso pode ser impactante para o outro!!!
Gentilezas, respostas rápidas, atenção, deveriam ser regra!

As pessoas andam muito maltratadas.. só pode ser. Não se dão mais o respeito. Não respeitam mais.

Pena.

domingo, 13 de outubro de 2013

Brasil Pandeiro



Não há povo mais acolhedor que o brasileiro
Brava gente, brasileira
Alegria que contagia
O suingue é brasileiro
Ahhh o samba

- Por outro lado, em qualquer supermercado, o carrinho invariavelmente foi largado em qquer lugar, menos no lugar certo
- A filha da funcionária da empresa tem 24 anos, 4 filhos, todos estudando e com a ajuda do bolsa família. Passa o dia no celular. Cansada, não consegue acordar cedo para colocar os filhos na perua. Resolveu: paga 150 reais por mês para a vizinha que acorda cedinho. Assim, não perde o auxílio.
- Este povo acolhedor não resiste a um sorriso. O sorriso, assim como o favor, fura filas.. burla regras... no fim, favorece (enquanto que desfavorece os outros)
- No fim das manifestações, pacíficas pq o povo é incrível mesmo, um bando de vândalos detona todo o espaço público e privado
- Meus filhos estudam em colégio privado, e pago um excelente plano de saúde. Afinal, o ensino por aqui e a medicina são de ponta! Muita gente de fora (inclusive dos EUA!!!!) vêm para se tratar no Brasil. Mas... se a qualidade é incrível, por que o Estado não a garante como direito para todos seus cidadãos?

Esta é a cultura que permite o "levar vantagem".
Para que o estudo, o conhecimento? Pode-se chegar à presidência desta república das bananas sem estudo algum.
Para que estudar, conhecer, se o governo bonzinho oferece um dinheirinho mequetrefe, escola porcaria, e saúde mais porcaria ainda? Se antes nada lhe era ofertado, tá bom demais né? Barato para o governo e cala a boca da população.

Sim, falta-lhes educação, informação, consciência de que TODOS nós temos direitos de cidadãos que somos. Direito à segurança, à educação, à saúde, enfim, ao mínimo necessário que nos permita ter a liberdade ampla e irrestrita para perceber que temos o direito de exercer o que nos é digno por natureza: ser humano. E que nenhum espertinho vai nos tomar isso!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

  "Eu, hoje, acordei mais cedo
e, azul, tive uma idéia clara.
  Só existe um segredo.
Tudo está na cara."

Leminski sabe tudo mesmo. A gente anda, anda, maior atenção nas coisas...
.. e na resposta, de súbito, tropeçamos.

sábado, 24 de agosto de 2013

Delicadeza...

A vida é delicada
A beleza está justamente aí,

frágil
efêmera
essência

Bacio =)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

MilLagrimas


"Se não é pra gente perceber que um milagre assim se faz..."

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Pequena... tão.. pequena.

Em alguns momentos, procuro meu abrigo seguro, e resolvo abrir a guarda...

Neste tempo em que sou toda espaço, caminho pelo desenho dos acordes, e em cada passo escuto seu riso tímido, a fala cantada...
que cuida.

Há que se prestar atenção com a preocupação que não me preocupa. Afinal, faço-me hermética e não peço ajuda a ninguém.

Mas de algum modo... no seu jeito torto que entorta, encontrou em mim aquele remendo que nem percebi que teci... Ao prestar atenção no remendo, ao qual eu não conseguia ver importância, deixei de enxergar o que realmente importava...

... o seu cuidado.

Um jeito tosco de cuidar rs...

Como, por vezes, é TÃO difícil enxergar as pequenas coisas, os pequenos gestos, quando tanto queremos ouvir as palavras "eu, te, amo"...
Palavras áridas, distantes da fala cantada dos acordes dissonantes do seu cuidado.

Desculpa a falta de reparo,
é que eu não estava acostumada...

Envaidecida. Completamente envaidecida =)