terça-feira, 26 de outubro de 2010

Suspicious eyes



Sabemos tudo muito bem. Não é preciso palavras. E nem seria decente.

Sigo meu caminho enquanto segue o seu. São muitas descobertas, o "eu" experimental de Montaigne, que não se resigna frente à infinitude da natureza. Acho que nos encontramos neste ponto, em que a dança é tão espalhada que atropela quem fica parado por perto...

Que diabo de armadilha é essa? Não era a minha intenção, acho que nem a sua. Mas a rede vai me puxando... tento tanto escapar, mas não consigo. Assuntos, planos, enganos, intuições, uma coincidência de sensações apesar da distância entre nós.

Por que precisa tanto de uma certeza? Que certeza posso te oferecer? Se, diante do meio conceitualmente construído pela razão humana, o acaso (o erro) emerge como principal transformador da história do pensamento? Na ciência da vida, o maior engano é procurar o conforto do que é certo, claro e distinto...

Não tema meus atos, meus enganos, minhas experimentações. 
É o jeito que encontro de me manter viva. 

Não suspeite da incerteza do infinito que tenho a te oferecer. 
É o jeito que encontro de nos amar.

É a armadilha do acaso
do que acreditamos ser um erro
do que nos desvia das nossas intenções
a cura para a cegueira

Why can't you see
so easy...

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