Inspirada pelo filme de Lars V T
Há 2 formas clássicas de se fugir do amor: explicá-lo e filtrá-lo ao sexo.
O bicho homem está muuuuito mal acostumado. Tem a ilusão de controlar a própria vida. Acha que previne e trata as doenças, qquer moeda mata sua fome, outros tantos matam seu desejo.
Mas e o amor? Chega qdo mal esperamos, e vai em descompasso com o previsto.
E isso é tremendamente irritante! Pode nos fazer sair dos trilhos!
Perder o emprego.
Perder a razão.
Perder o controle do prazer.
E aí?
E aí que o abafamos com a razão. Desviamos a antena para coisas mais úteis.
E se transa com as características almejadas:
Um te cuida
Outro te pega como tigresa
Outro canta ao seu ouvido
Outro te acaricia
Outro te instiga
Outro deita no teu colo
Outro troca a lâmpada do teu quarto
Outro dirige p vc...
Outro te pega de papai e mamãe
Outro por baixo
. . .
Agora sim, tem tudo o que quer, inclusive sob controle total da razão
Não há entrega. Não há troca.
Como chupar bala com papel. Falta sabor. Não se sente e nem aprende com o outro.
Parece chavão até. Mas este é o sabor da vida sim. O afeto, o amor.
Se ao explicar algo, teu corpo brilha
Ou se a transa é única,
Já sabe: na ausência, a vida não passa de existência.
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