domingo, 2 de fevereiro de 2014

Pseudocontrole - por uma existência planejada

Inspirada pelo filme de Lars V T 


Há 2 formas clássicas de se fugir do amor: explicá-lo e filtrá-lo ao sexo.

O bicho homem está muuuuito mal acostumado. Tem a ilusão de controlar a própria vida. Acha que previne e trata as doenças, qquer moeda mata sua fome, outros tantos matam seu desejo.

Mas e o amor? Chega qdo mal esperamos, e vai em descompasso com o previsto.
E isso é tremendamente irritante! Pode nos fazer sair dos trilhos!
Perder o emprego.
                Perder a razão.
                                   Perder o controle do prazer.

E aí?

E aí que o abafamos com a razão. Desviamos a antena para coisas mais úteis.
E se transa com as características almejadas:
Um te cuida
                 Outro te pega como tigresa
                                    Outro canta ao seu ouvido
                                                         Outro te acaricia
                                    Outro te instiga
                 Outro deita no teu colo
Outro troca a lâmpada do teu quarto
                 Outro dirige p vc...
                                     Outro te pega de papai e mamãe
                                                          Outro por baixo
. . .

Agora sim, tem tudo o que quer, inclusive sob controle total da razão

Não há entrega. Não há troca.
Como chupar bala com papel. Falta sabor. Não se sente e nem aprende com o outro.

Parece chavão até. Mas este é o sabor da vida sim. O afeto, o amor.

Se ao explicar algo, teu corpo brilha
Ou se a transa é única,
Já sabe: na ausência, a vida não passa de existência.

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