sexta-feira, 14 de junho de 2013

Out of Sight 2

"The plane is a concept created by man with a practical aim: to satisfy his need for balance. The square, and abstract concept is a product of the plane. Arbitrarily marking out limits in space, the plane gives man a totally false and racional idea of his own reality." 
L. Clark

Esquisito uma citação em inglês de uma artista brasileira, não? É que o livro caiu nas minhas mãos, de uma amiga querida que está estudando em Barcelona.

É este o sistema: o quadrado, o plano cartesiano. O esquema que se monta para que nele se agarre e sinta segurança. Pq no fundo, no fundo, sabemos que a vida é TÃO mais do que isso, que nos assusta!

Ah, mas tem os corajosos! Aqueles que escapam. Podem até criar seu próprio sistema para escapar, mas enfim, é altamente expressão interna, é o próprio olhar e atitude, e não a obediência cega da falsa segurança/sistema/plano/quadrado.

Em Barcelona, a expressão viva da sinestesia sensorial nas obras de Gaudi. Pô, esse é o cara! Sua técnica, perfeita - aproveita espaços, funcional, anatômico, numa época em que o quadrado imperava!


Barcelona era assim!!!!! E Gaudi faz uma coisa assim:

 Parece que ele acompanhava de pertinho a execução da obra. Orientava em como torcer o ferro, como cortar os azulejos... O material e estrutura a se usar, o que confere
 a aspereza nos ambientes externos, como na natureza, em que há que se ter proteção...
 A lisura e modelagem anatômica dos ambientes internos, tornando a textura confortável e aconchegante. A maciez do toque, das sensações, que nos convida a ficar.


O brilho da luz na cerâmica ou sua refração no vidro irregular, que modelam a imagem para enxergar ora côncavo ora convexo, dependendo da nossa vontade. Ou ainda como se estivéssemos fora do ar, mergulhadas na água!






Poxa, nos museus, óooobvia a genialidade dos movimentos das pinceladas de Van Gogh ou a profundidade da imagem na sombra, no escuro de Rembrandt. Escapam total do plano, do sistema... Mas a aplicação da arte no cotidiano, no dia a dia, no uso, como ocorre com Gaudi.. Isso é megaultrasuper genial! Não só a estética, mas o método da expressão muda.

E ainda não falei de Berlim...
Ainda falo! Mas Gaudi se encerra nele mesmo. Não há espaço para mais nada por aqui.

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