sexta-feira, 14 de junho de 2013

Out of sight 1

Os sistemas atualmente estão dominando meu pensamento enqto estou em trânsito - "esperando chegar em algum lugar".

Acho que é por causa da vivência e mudança rápida de costumes. Barcelona, Amsterdam, Berlim e Praga. Em 3 dias fica impossível conhecer um povo ou cidade em sua profundidade. O que mais chama a atenção são as diferenças quanto à nossa própria impressão das coisas. Como costumo dizer, a estranheza é o principal sinal de mudança, seja em nós mesmos ou com o outro.

Uma das coisas que mais choca são as indicações nos aeroportos ou ferroviárias. Sei que nos EUA, é tudo muito fácil, as indicações são perfeitas, por mais perdida que seja, incrivelmente eu me encontro melhor por lá do que aqui! Se procuro um banheiro, acho. Se procuro um transporte público, acho e consigo saber onde comprar os tiquets, se preciso, qual é necessário.. Tudo é feito para boiada mesmo. Aliás, a língua é óbvia e fácil, sem muita margem de interpretação. Exata!

Chegamos em Frankfurt. Ficamos hoooooras indo para lá e para cá. De repente, a seta sumia. Ou, algo escrito que, por não entender a língua, passávamos. Os terminais A, B e C não eram lineares, formavam um triângulo. Em dado momento, havia a indicação: A, Z. O que seria isso? B e C não estão no meio? De onde aparece Z? Passamos num balcão de informação. Má vontade, responde o que perguntamos, mas não explicam. A palavra como informação, e não como explicação. Conheci uma advogada na volta, estava na Alemanha para um doutorado sanduíche em direito penal. E confirmei minhas suspeitas: o idioma é completo. A explicação está na palavra até. Há pouco desvio de interpretação. É o que a palavra diz ser. E ponto final. Não cabe mais perguntas. Qdo isso se passa para o inglês, monta-se um gap.

É isso. Toda comunicação carrega um gap. Para seres de uma mesma cultura até. Quiçá de culturas diferentes.

Quiçá para lógicas de pensamento e "ranking de prioridades e interesses" diversos...

Aí vem a melhor parte!!!! O que escapa do sistema, e, no fundo, o tema deste blog. O avesso das coisas, o inútil e o que se mostra como pura manifestação do ser humano. E Berlim é muito rico nisso. Afinal, o muro lhes foi imposto de uma hora para outra, instalou-se a ausência total de comunicação, e repentinamente ele se foi! E isso tudo há 20 anos - muito pouco mesmo! Mas isso é tema para outro post...

Esta é a chave, o cerne das tensões - ao meu ver, no presente momento, já que tudo pode mudar... As diferenças entre 1. Interesses e prioridades 2. Lógica de pensamento 3. Gaps na comunicação, na própria linguagem da fala e do comportamento.

Mas é justamente isso, essa estranheza, esses matizes da zona de transição entre o confortável e o desconfortável, que faz aflorar as mais diversas expressões do ser humano. E isto já já coloco por aqui!

E não é que chego em SP e dou de cara com essas "expressões"? E cada um me contando de um jeito diferente? Essas "expressões" são fantásticas: ABALAM as estruturas e repercutem, remodelando o modo como se vive. O sistema está lá, e dali não sai - ora, é imposição pura, externo ao ser humano. O que muda é o olhar e a atitude diante dele. Isso sim é expressão de humanidade!


Só uma palhinha p o próximo pensamento.. um outro olhar do avesso ;)

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