quarta-feira, 26 de junho de 2013

Essência


Por vezes, as pessoas decidem e planejam o que querem da vida. Fazem uma projeção: em X anos quero ter:

- família - afinal, quem não tem família? Viemos todos de um pai e uma mãe, como brindes um ou outro irmão...
- casa - difícil não ter ao certo para onde voltar. Trata-se de uma segurança necessária.
- trabalho - sem grana não se faz um puto.

E um ou outro floreio.. Mas acho que isso é báaasico. E parece certo!

Corremos atrás destas conquistas, e à partir dela nos reafirmamos. É como um trilho. Um esquema. Calculado através do que está a nossa volta para segui-lo.
Portanto,
- se tenho alguma aptidão, um trabalho a ela relacionado ajuda a montar os trilhos.
- dentre as pessoas com quem me envolvo, escolho uma que tenha os pré-requisitos mais semelhantes com meu ideal de família
E assim vai...

Sabem nada disso está errado. Entretanto a melhor escolha, sinto-lhe dizer, não é apenas uma.
Só escolhemos uma opção. Mas não necessariamente a outra daria errado...

Chega um momento, escolhas feitas, trilho construído, que temos tempo para pensar nas outras opções que foram preteridas por um triz.

De algum modo, inconsciente até, a vida vai nos levando para aquela outra dimensão. As coisas parecem remendadas, dá uma sensação de colcha de retalhos...

Estou percebendo que nosso grande engano é superestimar as escolhas feitas. Achar que existe UMA melhor opção, e automaticamente desprezamos TANTO as outras, para chegar a ter a impressão de que nunca existiram.

Teimar em seguir o esquema do trilho único feito pelas supostas melhores escolhas, é como amputar a graça da vida.
E o que seria esta tal graça da vida?
Talvez, simplesmente perceber e vivenciar a rede caótica que nos é ofertada. Cada vez mais acredito que esta é a essência do que a vida nos ensina. Essência esta fugaz, efêmera, volátil, que afeta todos os nossos sentidos, sem sentido algum.

.. ou talvez, justamente componha o sentido do nosso Ser



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