Pascal: "Les hommes sont si nécessairement fous que ce serait être fou par un autre tour de folie de n’être pas fou’. (...) Il faut faire l’histoire de cet autre tour de folie, de cet autre tour par lequel les hommes, dans le geste de raison souveraine qui enferme leur voisin, communiquent et se reconnaissent à travers le langage sans merci de la nonfolie...”
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Essência
Por vezes, as pessoas decidem e planejam o que querem da vida. Fazem uma projeção: em X anos quero ter:
- família - afinal, quem não tem família? Viemos todos de um pai e uma mãe, como brindes um ou outro irmão...
- casa - difícil não ter ao certo para onde voltar. Trata-se de uma segurança necessária.
- trabalho - sem grana não se faz um puto.
E um ou outro floreio.. Mas acho que isso é báaasico. E parece certo!
Corremos atrás destas conquistas, e à partir dela nos reafirmamos. É como um trilho. Um esquema. Calculado através do que está a nossa volta para segui-lo.
Portanto,
- se tenho alguma aptidão, um trabalho a ela relacionado ajuda a montar os trilhos.
- dentre as pessoas com quem me envolvo, escolho uma que tenha os pré-requisitos mais semelhantes com meu ideal de família
E assim vai...
Sabem nada disso está errado. Entretanto a melhor escolha, sinto-lhe dizer, não é apenas uma.
Só escolhemos uma opção. Mas não necessariamente a outra daria errado...
Chega um momento, escolhas feitas, trilho construído, que temos tempo para pensar nas outras opções que foram preteridas por um triz.
De algum modo, inconsciente até, a vida vai nos levando para aquela outra dimensão. As coisas parecem remendadas, dá uma sensação de colcha de retalhos...
Estou percebendo que nosso grande engano é superestimar as escolhas feitas. Achar que existe UMA melhor opção, e automaticamente desprezamos TANTO as outras, para chegar a ter a impressão de que nunca existiram.
Teimar em seguir o esquema do trilho único feito pelas supostas melhores escolhas, é como amputar a graça da vida.
E o que seria esta tal graça da vida?
Talvez, simplesmente perceber e vivenciar a rede caótica que nos é ofertada. Cada vez mais acredito que esta é a essência do que a vida nos ensina. Essência esta fugaz, efêmera, volátil, que afeta todos os nossos sentidos, sem sentido algum.
.. ou talvez, justamente componha o sentido do nosso Ser
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