Pascal: "Les hommes sont si nécessairement fous que ce serait être fou par un autre tour de folie de n’être pas fou’. (...) Il faut faire l’histoire de cet autre tour de folie, de cet autre tour par lequel les hommes, dans le geste de raison souveraine qui enferme leur voisin, communiquent et se reconnaissent à travers le langage sans merci de la nonfolie...”
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
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Existe o TOC (transtorno obsessivo compulsivo) fisiológico, em que as áreas cerebrais acometidas são as mesmas do distúrbio, porém trata-se de um comportamento dito como "normal".
Este TOC fisiológico é permitido como natural entre as mulheres no período puerperal. A sensação de que o bebê é frágil e sucumbirá a qualquer momento, nos deixa enlouquecidas.
Se ele pára de mamar pq se cansou, colocamos a mão na frente do narizinho para ver se ele está respirando
Se ele está dormindo, colocamos a mão na frente do narizinho para ver se ele está respirando
Se ele está acordado, colocamos a mão na frente do narizinho para ver se ele está respirando
Se ele está sorrindo, colocamos a mão na frente do narizinho para ver se ele está respirando
C i R C u l A m o S ao redor do bebê. O comportamento obsessivo vai girando e construindo uma redoma protetora ao seu redor. Aparentemente, foi o grande ganho da nossa espécie que conseguiu fazer com que sobrevivêssemos até hj.
Existem ainda duas situações similares. Uma delas é a paixão. Ahhh, que vício! Com a pior das síndromes de abstinência, já que TODOS ao redor hipervalorizam e até acham que o apaixonado é um sortudo - vê se pode! Ainda têm a pachorra de invejá-lo...
Se o cara não responde na hora, achamos que o cara está em outra
Se o cara foi fazer supermercado e não está em casa, achamos que o cara está em outra
Se o cara pára para ler um livro, achamos que o cara está em outra
Se o cara não olha nos nossos olhos, achamos que o cara está em outra
C i R C u l A m o S ao redor do amor. A gente se mata, dilacera, rumina, acaba com o nosso tempo útil para construir uma armadura protetora em torno desta bomba tão frágil... Pq parece que a qualquer minuto pode explodir. E se explodir... só mortos e feridos, ninguém se salva!!!
E a última das situações, o luto. PUTA dor!!!. Coletamos lembranças, fotografias, papeizinhos, palavras, poemas, recados, sons, músicas, cheiros... Por evitá-los, neles mergulhamos. Um redemoinho do qual não conseguimos escapar!!! Gira, gira, em torno daquele ponto maaaaaaiiisss profundo, e que está se afundando e insistimos em rodeá-lo. Uma força incontrolável... Putz, mas se está afundando, por que mergulhamos?
Pq foi bom. Pq a ele nos apegamos demais. E pq insistimos em alimentá-lo para que sobreviva...
AINDA bem que a medicina avança! A ressonância magnética, os neurotransmissores, isso tudo que comprova o TOC fisiológico e dele consegue, quando convém, nos tirar...
... e viva a medicina!!!!!
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