quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

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Existe o TOC (transtorno obsessivo compulsivo) fisiológico, em que as áreas cerebrais acometidas são as mesmas do distúrbio, porém trata-se de um comportamento dito como "normal".

Este TOC fisiológico é permitido como natural entre as mulheres no período puerperal. A sensação de que o bebê é frágil e sucumbirá a qualquer momento, nos deixa enlouquecidas.
Se ele pára de mamar pq se cansou, colocamos a mão na frente do narizinho para ver se ele está respirando
Se ele está dormindo, colocamos a mão na frente do narizinho para ver se ele está respirando
Se ele está acordado, colocamos a mão na frente do narizinho para ver se ele está respirando
Se ele está sorrindo, colocamos a mão na frente do narizinho para ver se ele está respirando

 
C i R C u l A m o S ao redor do bebê. O comportamento obsessivo vai girando e construindo uma redoma protetora ao seu redor. Aparentemente, foi o grande ganho da nossa espécie que conseguiu fazer com que sobrevivêssemos até hj.

Existem ainda duas situações similares. Uma delas é a paixão. Ahhh, que vício! Com a pior das síndromes de abstinência, já que TODOS ao redor hipervalorizam e até acham que o apaixonado é um sortudo - vê se pode! Ainda têm a pachorra de invejá-lo...
Se o cara não responde na hora, achamos que o cara está em outra
Se o cara foi fazer supermercado e não está em casa, achamos que o cara está em outra
Se o cara pára para ler um livro, achamos que o cara está em outra
Se o cara não olha nos nossos olhos, achamos que o cara está em outra

C i R C u l A m o S ao redor do amor. A gente se mata, dilacera, rumina, acaba com o nosso tempo útil para construir uma armadura protetora em torno desta bomba tão frágil... Pq parece que a qualquer minuto pode explodir. E se explodir... só mortos e feridos, ninguém se salva!!!

E a última das situações, o luto. PUTA dor!!!. Coletamos lembranças, fotografias, papeizinhos, palavras, poemas, recados, sons, músicas, cheiros... Por evitá-los, neles mergulhamos. Um redemoinho do qual não conseguimos escapar!!! Gira, gira, em torno daquele ponto maaaaaaiiisss profundo, e que está se afundando e insistimos em rodeá-lo. Uma força incontrolável... Putz, mas se está afundando, por que mergulhamos?
Pq foi bom. Pq a ele nos apegamos demais. E pq insistimos em alimentá-lo para que sobreviva...


AINDA bem que a medicina avança! A ressonância magnética, os neurotransmissores, isso tudo que comprova o TOC fisiológico e dele consegue, quando convém, nos tirar...

... e viva a medicina!!!!!


     

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