Estamos acostumados a observar a natureza e, à partir dela, entendermos o mundo. Portanto, há certos fatos que são causas de outros. Por exemplo, uma coisa queima com o fogo. Congela com a baixa temperatura. Com a água, molha.
Causa... e efeito.
Como nossa primeira aventura racional, as criancinhas entram naquela fase pentelha do "porque".
"Por que queimou?" "Porque pegou fogo." e instantaneamente passa para níveis que por vezes até nos confundem.
Confundem... pq a relação entre a causa e o efeito em alguns casos é duvidosa.
Mas temos uma mania de enfiar a causalidade em tudo, e sossegamos.
Assim, por que me resfriei? Porque peguei friagem.
Por que o grau da miopia aumentou? Porque não usei o óculos direito.
Por que minha boca entortou? Porque peguei o vento de lado.
Por mais avançadas as pesquisas científicas, sempre existe uma margem de incerteza na validade do complexo causa-efeito em determinadas instâncias. Principalmente se relacionados à estatística.
Aí entra Jung. Se, em uma sala, uma pessoa estiver tirando cartas do baralho e se, em outra, outra pessoa estiver com uma imagem de uma carta na psique, as duas imagens coincidem com maior freqüencia do que é estatísticamente provável.
1. O inconsciente é um domínio de objetos (complexos e imagens arquétipas - fantasia e padrão de comportamento universal do inconsciente coletivo. Portanto, não se pode afirmar que os arquétipos tenham uma natureza puramente psíquica) assim como
2. o mundo real é o domínio de pessoas e coisas.
3. Estes objetos internos do inconsciente afetam a consciência do mesmo modo que as pessoas e coisas.
4. As intuições e pensamentos que surgem do inconsciente, repousam ocasionalmente na superfície do ego (diferente das construções racionais que a consciência adora fazer)
5. Estando os arquétipos no inconsciente, e considerando-no não completamente psíquico, conclui-se que situam-se num contínuo com o mundo físico e externo!!!
De novo, os arquétipos situam-se entre o psiquico e o mundo físico!!!
A sincronicidade é definida como uma coincidência significativa entre eventos psíquicos e físicos (como o evento das cartas do baralho) e, se bem entendi, ligados por arquétipos, cujo evento escapa da relação causal.
Isso tudo para explicar o que não tem explicação. O que ocorre e que vemos como "magia".
Quando "intuimos" e sentimos o que o outro sente.
Quando faz-se uma ligação inexplicável que escapa à racionalidade. E realmente escapa, dado que pertence ao mistério do inconsciente que é ligado sim aos eventos reais.
Como diz M.Stein em "Jung - o mapa da alma": Ingressar no mundo arquetípico de eventos sincronísticos gera a sensação de se estar vivendo na vontade de Deus.
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