Uma presença leve, feito passarinho. Artista, poeta, sensível, doce de mel...
Acordei naquele dia e deparei com canções lindas... e pedi lincença para compartilhar:
toda licença poética é mto bem vinda = ) faz parte duma parceria entre a hilda hilst (com uma série de poemas sobre Ariadne e Dionísio) e composição musical do zeca baleiro (Ode Descontínua para Flauta e Oboé), com mais ná ozzeti, monica salmasso, bethania....... afe! quedo-me silente......
Uma alma tão doce... Guerreira, de quem saiu da casa cheia de verde, cantos de passarinhos, cheiro de flor...
"Na nossa casa amor-perfeito é mato
E o teto estrelado também tem luar
A nossa casa até parece um ninho
Vem um passarinho pra nos acordar
Na nossa casa passa um rio no meio
E o nosso leito pode ser o mar
A nossa casa é de carne e osso
Não precisa esforço para namorar
A nossa casa não é sua nem minha
Não tem campainha pra nos visitar
A nossa casa tem varanda dentro
Tem um pé de vento para respirar"
Arnaldo Antunes
... e veio estudar na cidade grande cinza, barulhenta, cheia de trancas e medo - e como é difícil, bem sabemos.
O que será que se passou...
Talvez eu saiba. Talvez um dia tenha vivenciado tudo isso. Por vezes parece que o momento em que estamos é só um momento. Que o outro será melhor. Como aquela pipoca de saquinho rosa - a gente sempre espera uma mais crocante e doce, e sabemos que virá. Quanto mais jovens, mais acreditamos na quantidade de pipocas porvir. A morte talvez fosse mais crocante e doce do que o gosto sem gosto que estava na sua boca...
Mas o que mais amarga o gosto na boca, é a distância que nos impôs. Impossibilitar aquela vontade que eu tenho de ligar e me encontrar com vc, ver seu sorriso doce, e dizer como me encanta. Mesmo sabendo que, se estivesse por aqui, continuaria "deixando para depois". Por que deixo de falar com quem gosto, com quem realmente vale a pena cada encontro, neste momento em que tenho vontade?
Por que sempre achamos que o tempo é nosso amigo?
De certo, ele é traiçoeiro... Rouba-nos o melhor - o presente momento.
"afe! quedo-me silente..."
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