segunda-feira, 16 de agosto de 2010

- Oi... vc tá em casa?
- Estou. Por que?
- Pode descer em 5 minutos? Estou aqui pertinho.
- Humm... (silêncio) Ok, (ok, vc venceu...)

Tanta coisa p fazer... uma viagem longa, por longo tempo. É preciso deixar tudo em ordem. Despedida das pessoas, das coisas, das tarefas. Como deixar tudo em ordem? Estimar e suprir todas as faltas que eventualmente se possa ter... E o que menos se deseja nestes momentos, é uma surpresa.

Mas ela veio.

Nada o fazia feliz. Um ar de preocupação que tudo sombreava. Estava ali, de corpo presente, mas a cabeça estava checando e rechecando tudo o que ainda faltava ajeitar. Perdidos no encontro e nos arredores, o tempo que poderia ser gigantesco, foi limitado ao caminho traçado. E foi assim o último instante juntos. Um beijo roubado, a preocupação rodeando as últimas horas antes da partida, e a sensação de desencontro.

Aí... a dor da saudade. Em que o corpo sussurra... prossegue queimando na ausência do outro... até gritar! Enquanto arde, arrepende-se por se calar diante dos deveres.

As tarefas. Sempre nos confundindo. Percorrer e cumprir o caminho planejado, sem olhar para os lados. Fazer o que é certo...

... enquanto que o que nos acalenta, como uma faísca no escuro, é curiosamente a lembrança de tudo que é errado.

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