E quando chego em casa, ela estava brincando na lousa. Contas enormes desenhando uma pirâmide invertida.
O próximo desafio: um cubo de 6 x 6 quadradinhos. Quantos quadradinhos têm na casquinha do cubo?
E eu fiquei calculando:
6 x 6 mais 6 x 6 ou as placas de faces opostas
4 x 6 mais 4 x 6 as laterais restantes
4 x 4 mais 4 x 4 correspondentes à superior e inferior
Total: 152 cubinhos. E fiquei toda gabosa...
Eis que, no alto de seus 10 anos:
- Mamãe, o resultado está certo. Mas nem entendi para que fez tanta confusão!
- Como confusão?
- É só tirar o quadradinho do meio que sobra o quadradão oco:
6 x 6 x 6 - 4 x 4 x 4
A elegância do pensamento... E pensar que por vezes precisamos de uma encarnação para chegar no estado em que outros já têm ao nascer.
Ou então...
Excesso de massa encefálica atrapalha.
Pascal: "Les hommes sont si nécessairement fous que ce serait être fou par un autre tour de folie de n’être pas fou’. (...) Il faut faire l’histoire de cet autre tour de folie, de cet autre tour par lequel les hommes, dans le geste de raison souveraine qui enferme leur voisin, communiquent et se reconnaissent à travers le langage sans merci de la nonfolie...”
sábado, 31 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
A mesma música, o mesmo personagem
Tem gente que diz que é tudo igual, só muda de endereço
Que se repete o mesmo padrão que se vê em casa.
Tem mulher que apanha, muda de namorado, continua apanhando...
Por vezes é o homem que sai esfolado.
Enfim, a arquitetura do relacionamento se mantém. Os personagens mudam mas a ela se amoldam.
Mas será que é isso mesmo?
A maior luta é tentar separar
1.o que se faz porque foi induzido a deste modo agir ou, o quanto o exterior influencia
2.o que se sente para daquele modo agir
A minha última descoberta: Naquela música
Dancei fui levada o olhar com ternura a intensidade do toque o pensamento deslizando entre as notas do sax o carinho e os risos esbarrando no som dissonante do piano
Ué! Mas este não é o hemisfério sul?
Sim, estamos no outono! Ainda calor!
Sim, novos tempos. Outro contexto. O exterior é completamente outro.
Mas o que há nas curvas deste som, o que o torna vivo e radiante,
o espírito daquela sensação de se estar em casa
é o mesmo.
É MEU!!!!!
Já vi que não sai mais.
Faz parte de mim
Faz parte do meu show =)
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domingo, 25 de março de 2012
Brisa
Existe o amor levinho
Aquele que não arde, de queimar as vísceras.
É um com ternura, que afaga meus cabelos
Enxuga minhas lágrimas com palavras claras e retas, sem receios ou chavões
Sim, o sexo é voraz
Que quer sempre mais
Mas não me faz chorar,
Faz-me sorrir...
E acalma
Uma vontade de ficar juntinho
Mas que não me arranca da minha vida
Soma...
Decidi que não pego mais avião desacompanhada!!!!
Quando será nosso próximo vôo?
domingo, 18 de março de 2012
Adendo 2012
Ahhh.. faltou esta para minha receita para 2012
http://autretourdelafolie.blogspot.com.br/2011/12/para-2012.html
Ouvir e tocar mais, muito mais, prá sempre mais =)
http://autretourdelafolie.blogspot.com.br/2011/12/para-2012.html
Ouvir e tocar mais, muito mais, prá sempre mais =)
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sábado, 17 de março de 2012
Eu uso óculos
Hoje estava num lugar pouco nobre enquanto aguardava o parecer técnico sobre a revisão do carro. Assistia a um canal aberto condizente com aquele espaço, em que passava uma reportagem ainda mais sincrônica, de onde extraí a seguinte afirmação:
"As mulheres cariocas são as mais infiéis no mundo - 44% delas já traíram os parceiros. Seguidas pelas suíças. Particularmente as do Leblon".
Dados colhidos em um "site de relacionamento".
O mais divertido eram os depoimentos. "Ahh... aprendi com os homens" ou "Traí porque fui traída"
Fica aí uma confusão se este comportamento é inerente às mulheres ou se são reativos à traição masculina. Deste modo, pode-se suspeitar que talvez os cariocas sejam também os maiores traidores. Ou os que dão mais bandeira. Ou então, as meninas do Leblon é que usam óculos...
Enfim, toda confusão de opiniões e sentimentos mostram que existe um ponto mais profundo e escondidinho que permitiu tamanha divergência de caminhos. Geralmente, um ponto que causa estranheza e dá um soco no estômago - o medo de encará-lo é tanto, que é melhor deixá-lo onde está.
Entretanto, cada vez mais interesso-me pelos avessos. Tento despir-me das pilastras e fundações que mantém a arquitetura deste edifício que nos foi imposto.
Por que a impossibilidade de se amar mais que uma pessoa?
Acredito que seja difícil sim nos apaixonarmos por mais de uma pessoa, já que este sentimento é ENORME e nos consome. Um relacionamento que se preze, ao meu ver, começa com uma paixão. Mas ela vai embora - e isto é fato até comprovado via neurotransmissores... Mas é tão especial e estarrecedora que imprinta-nos sua exclusividade e efemeridade.
Aí precisamos das garantias racionais e institucionais: "sou só sua (seu) na alegria e na tristeza, até o fim dos meus dias..."
Não é assim, vai...
O amor, aquele do dia a dia, em que respeitamos e admiramos o outro e a presença dele queremos em momentos especiais (na alegria e na tristeza), dormir juntinho, conversar sobre o infinito entrelençóis no escuro do quarto, saber pela mudança do padrão respiratório se o sono já chegou ou não, talvez até seja duradouro sim (pelo menos é o que mostram os neurotransmissores), mas quem disse que é exclusivo?
Quem tem filho sabe. Quando esperamos o segundo, achamos IMPOSSÍVEL amá-lo tanto quanto o primogênito. E vivenciamos. O amor não é o mesmo. Afinal, são diferentes (e fazem questão de ser diferentes!!! Já nascem sabendo que precisam ocupar o espaço que o outro não ocupa!). São incomparáveis. Não dá para colocar lado a lado, parear, classificar e ranquear. À partir do momento em que assim se faz, entramos em tilt por comprovar a injustiça com o desfavorecido.
Entre irmãos existe a estranheza, o ciúme. Mas a convivência e a sinceridade garantem a força do afeto, ameniza a situação e permite a convivência - oras, a família!!! O segredo talvez seja o respeito e sinceridade deste amor por ambos. A certeza de que são diferentes, grandiosos e incomparáveis. Por isso não há possibilidade de escolha. E, deste modo, não há desrespeito.
Daí a integridade do afeto - o respeito por sua essência.
Não se pode permitir que a moral desrespeite a existência do amor. Ele não é exclusivo pq é incompleto (ainda bem! O dia em que se acreditar que o amor completa, passa a se acreditar em príncipe encantado e contos de fadas...). E precisa ser respeitado.
Como diz Sade, de novo, somos nossos principais tiranos. Toda a moral imposta para afastar o medo do que machuca, acaba nos corroendo ainda mais. Talvez o maior ensinamento deste diacho desta vida seja confiar em nossa capacidade de tratar a própria ferida. Sem medo, isso fica cada vez mais "fácil".
"As mulheres cariocas são as mais infiéis no mundo - 44% delas já traíram os parceiros. Seguidas pelas suíças. Particularmente as do Leblon".
Dados colhidos em um "site de relacionamento".
O mais divertido eram os depoimentos. "Ahh... aprendi com os homens" ou "Traí porque fui traída"
Fica aí uma confusão se este comportamento é inerente às mulheres ou se são reativos à traição masculina. Deste modo, pode-se suspeitar que talvez os cariocas sejam também os maiores traidores. Ou os que dão mais bandeira. Ou então, as meninas do Leblon é que usam óculos...
Enfim, toda confusão de opiniões e sentimentos mostram que existe um ponto mais profundo e escondidinho que permitiu tamanha divergência de caminhos. Geralmente, um ponto que causa estranheza e dá um soco no estômago - o medo de encará-lo é tanto, que é melhor deixá-lo onde está.
Entretanto, cada vez mais interesso-me pelos avessos. Tento despir-me das pilastras e fundações que mantém a arquitetura deste edifício que nos foi imposto.
Por que a impossibilidade de se amar mais que uma pessoa?
Acredito que seja difícil sim nos apaixonarmos por mais de uma pessoa, já que este sentimento é ENORME e nos consome. Um relacionamento que se preze, ao meu ver, começa com uma paixão. Mas ela vai embora - e isto é fato até comprovado via neurotransmissores... Mas é tão especial e estarrecedora que imprinta-nos sua exclusividade e efemeridade.
Aí precisamos das garantias racionais e institucionais: "sou só sua (seu) na alegria e na tristeza, até o fim dos meus dias..."
Não é assim, vai...
O amor, aquele do dia a dia, em que respeitamos e admiramos o outro e a presença dele queremos em momentos especiais (na alegria e na tristeza), dormir juntinho, conversar sobre o infinito entrelençóis no escuro do quarto, saber pela mudança do padrão respiratório se o sono já chegou ou não, talvez até seja duradouro sim (pelo menos é o que mostram os neurotransmissores), mas quem disse que é exclusivo?
Quem tem filho sabe. Quando esperamos o segundo, achamos IMPOSSÍVEL amá-lo tanto quanto o primogênito. E vivenciamos. O amor não é o mesmo. Afinal, são diferentes (e fazem questão de ser diferentes!!! Já nascem sabendo que precisam ocupar o espaço que o outro não ocupa!). São incomparáveis. Não dá para colocar lado a lado, parear, classificar e ranquear. À partir do momento em que assim se faz, entramos em tilt por comprovar a injustiça com o desfavorecido.
Entre irmãos existe a estranheza, o ciúme. Mas a convivência e a sinceridade garantem a força do afeto, ameniza a situação e permite a convivência - oras, a família!!! O segredo talvez seja o respeito e sinceridade deste amor por ambos. A certeza de que são diferentes, grandiosos e incomparáveis. Por isso não há possibilidade de escolha. E, deste modo, não há desrespeito.
Daí a integridade do afeto - o respeito por sua essência.
Não se pode permitir que a moral desrespeite a existência do amor. Ele não é exclusivo pq é incompleto (ainda bem! O dia em que se acreditar que o amor completa, passa a se acreditar em príncipe encantado e contos de fadas...). E precisa ser respeitado.
Como diz Sade, de novo, somos nossos principais tiranos. Toda a moral imposta para afastar o medo do que machuca, acaba nos corroendo ainda mais. Talvez o maior ensinamento deste diacho desta vida seja confiar em nossa capacidade de tratar a própria ferida. Sem medo, isso fica cada vez mais "fácil".
segunda-feira, 12 de março de 2012
cobiça
Éramos todos iguais.
Repletos de idéias e ideais,
Nada além de "latinoamericanos"
Tirávamos daqui para colocar ali,
Quem chegava antes... deixava o melhor lugar para o outro.
Mas o que será que aconteceu?
O que te faz crer que o lugar do outro é melhor do que o teu?
Acho que tudo tem segunda via,
menos aquela lugar-comum,
a tal da dignidade
Repletos de idéias e ideais,
Nada além de "latinoamericanos"
Tirávamos daqui para colocar ali,
Quem chegava antes... deixava o melhor lugar para o outro.
Mas o que será que aconteceu?
O que te faz crer que o lugar do outro é melhor do que o teu?
Acho que tudo tem segunda via,
menos aquela lugar-comum,
a tal da dignidade
domingo, 11 de março de 2012
terça-feira, 6 de março de 2012
vivência intencional
Esta expressão decorre das aulas "punks" sobre Husserl. Nosso professor querido se desdobrando para nos fazer entender uma vivência intencional ou, uma vivência que se refere a algo. Este algo é muito mais complexo do que se possa imaginar. Enfim, a conclusão: "o coração da vivência intencional é a matéria"
?!?!?!?!?!
O que seria isso TÃO importante, denominado por Husserl de "matéria"? Vamos tomar por exemplo inicial este "algo" (desenho)
Assim que foi posto na lousa, considerando a falta de senso estético do mestre, ninguém nem ousava comentar.
Deu uma forçada de barra, e ok, alguns acharam que era um pato
Este pontinho novo é o olho direito do pato. Os 2 "brotamentos" elípticos do círculo central, caracterizam o bico do pato.
Mas nem todos concordavam. Além de tosco, lembrava outro animal:
Um coelho. Dei uma ajeitadinha para melhor vislumbrá-lo.
Muito bem, daquele desenho de informações incompletas, surgiram pelo menos dois significados ou duas "matérias": pato e coelho.
A parte central (coração) de uma vivência portanto é o significado do "algo" em questão.
Vamos a outro exemplo, que tbém acho tremendamente característico se inserido ao contexto cotidiano. Já até postei por aqui, tamanha "vivência" proporcionada: http://autretourdelafolie.blogspot.com/2010/09/blog-post_07.html Vou postar o trecho de novo, de tão lindo!
Vivenciamos esse ratatouille!!!! Parece a maior das ambrosias! Dá vontade de sentar num bistrot de Paris e pedir.
Bom, assim fizemos para comemorar o aniversário da Lulu, por aqui mesmo. Evidente que babamos só de pensar em experimentar enfim o ratatouille.
Que puxa... =/
Um refogadinho de legumes =/
A "matéria" era diversa, embora o "algo" fosse o mesmo. Como obter a mesma vivência? Impossível...
Todo esse blá blá blá para enfim chegar à comunicação humana. Por vezes um "eu te amo" para quem nunca o diz, ou acha um estado sublime inatingível, é pesadíssimo. Outros dizem "eu te amo" até para um dia de sol, ou para o travesseiro, ou para o passarinho marrom, o "estado de espírito" permite essa leveza.
Um "quem sabe..." pode significar "eu te adoro, mas acabou" ou então um "me espera que eu vou voltar!"
Quando o que se escuta e se vivencia não combina com a situação, ou com as atitudes e sensações suscitadas, ou quando NADA combina com nada, com certeza trata-se de "matérias" diferentes. Não se fala da mesma vivência.
Mais um ponto para a tolerância...
http://autretourdelafolie.blogspot.com/2011/11/intolerancia.html
http://autretourdelafolie.blogspot.com/2011/01/guidelines-2010-2011-2012-2013.html
Esta sim, seria necessária como fundamento para o bem-viver.
?!?!?!?!?!
O que seria isso TÃO importante, denominado por Husserl de "matéria"? Vamos tomar por exemplo inicial este "algo" (desenho)
Assim que foi posto na lousa, considerando a falta de senso estético do mestre, ninguém nem ousava comentar.
Deu uma forçada de barra, e ok, alguns acharam que era um pato
Este pontinho novo é o olho direito do pato. Os 2 "brotamentos" elípticos do círculo central, caracterizam o bico do pato.
Um coelho. Dei uma ajeitadinha para melhor vislumbrá-lo.
Muito bem, daquele desenho de informações incompletas, surgiram pelo menos dois significados ou duas "matérias": pato e coelho.
A parte central (coração) de uma vivência portanto é o significado do "algo" em questão.
Vamos a outro exemplo, que tbém acho tremendamente característico se inserido ao contexto cotidiano. Já até postei por aqui, tamanha "vivência" proporcionada: http://autretourdelafolie.blogspot.com/2010/09/blog-post_07.html Vou postar o trecho de novo, de tão lindo!
Vivenciamos esse ratatouille!!!! Parece a maior das ambrosias! Dá vontade de sentar num bistrot de Paris e pedir.
Bom, assim fizemos para comemorar o aniversário da Lulu, por aqui mesmo. Evidente que babamos só de pensar em experimentar enfim o ratatouille.
Que puxa... =/
Um refogadinho de legumes =/
A "matéria" era diversa, embora o "algo" fosse o mesmo. Como obter a mesma vivência? Impossível...
Todo esse blá blá blá para enfim chegar à comunicação humana. Por vezes um "eu te amo" para quem nunca o diz, ou acha um estado sublime inatingível, é pesadíssimo. Outros dizem "eu te amo" até para um dia de sol, ou para o travesseiro, ou para o passarinho marrom, o "estado de espírito" permite essa leveza.
Um "quem sabe..." pode significar "eu te adoro, mas acabou" ou então um "me espera que eu vou voltar!"
Quando o que se escuta e se vivencia não combina com a situação, ou com as atitudes e sensações suscitadas, ou quando NADA combina com nada, com certeza trata-se de "matérias" diferentes. Não se fala da mesma vivência.
Mais um ponto para a tolerância...
http://autretourdelafolie.blogspot.com/2011/11/intolerancia.html
http://autretourdelafolie.blogspot.com/2011/01/guidelines-2010-2011-2012-2013.html
Esta sim, seria necessária como fundamento para o bem-viver.
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sábado, 3 de março de 2012
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