Nestes "papos programados" das festas de fim de ano, quer coisa melhor que um marido morto? Quando as mulheres começam a falar sobre o marido, assunto sobre o falecido não falta. Se as solteiras papeiam sobre o homem que aspiram, ninguém melhor que o falecido como exemplo. Tudo o que deu errado ou certo, culpa do marido morto. Tudo o que deseja e não consegue obter já está preenchido pelo passado. A vida em paralelo. A vida virtual. E o melhor, não se precisa vivenciar as agruras de um casamento... O marido morto é um escudo para a (auto) piedade alheia. Justifica e permite o estado da alma solitária.
E se a saúde não vai bem? A agressão ao corpo? Nada melhor que um DIU (dispositivo intra-uterino). Melhor que a TPM mensal, o DIU é permanente - 5 anos!!! Infecção urinária? DIU. Corrimento? DIU. Odor pútrido? DIU. Quer dar mas é melhor fazer um doce? DIU. Não quer dar? DIU. E n l o u q u e c e u - simplesmente quer dar! DIU. Engorda? DIU. Tropeçou? DIU. Choveu? DIU! O DIU é uma justificativa para qualquer alteração física incompatível com o ideal feminino de perfectibilidade. Justifica e permite o estado do corpo vulnerável.
Muito bem, caríssimos. Meu ex-marido está bem vivo e é bem bacana, não convém fazê-lo nem de vilão, muito menos herói. Tirei meu DIU. O que resta? Um corpo vulnerável e uma alma solitária. Ou seria um corpo solitário e uma alma vulnerável?
Bah, só uma mulher, com a "falta lacaniana" que lhe é companheira fiel, para gastar tantos ATPs para justificar o injustificável nestas malditas festas comemorativas. Da próxima vez, venho homem: um carro pro corpo e um time de futebol para a alma. E basta!
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