sábado, 15 de fevereiro de 2014

e no auge do verão

Foi ontem,
Solta na beira do mar
e aquela tsunami me engolia


Eu, desancorada,
desviava e procurava o ar
como se fazia possível

As paixões me arrebatando
os olhos de espanto
solapados pelo brilho da vida

Viciei na adrenalina
...

Mas o que será que ocorreu
que trouxe tanta paz...

O brilho vivo nunca fora tão intenso
Mas agora, diferente de outrora,
ele me preenche

c o m p l e t a

Estou, sim, 
estou aqui.
Bem aqui.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

"Deu merda..."

Este texto veio bem a calhar...

http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2014/02/13/carta-ao-raskolnikov-brasileiro/

1. Então vou contar um causo, uma típica briga entre irmãs.
Como de hábito, a irmã caçula encheu o saco da primogênita adolescente que estava quietinha no canto dela. Foi o jeito que a primeira encontrou para chamar a atenção da última, já que ter irmã adolescente é como voltar a ser filha única.

Encheu tanto, mas tanto, que a primogênita se inflou de ódio e avançou como uma tigresa sobre a caçula. As garras marcaram o braço da irmã.

A mãe, como deve ser, correu ao quarto com aquele grito indecente para impedir sei lá o quê. O sangue escorria pela lesão. Fiquei puta pela pele marcada! Passou a destilar todo o verbo para a imoralidade daquela agressão.

Até que vi uma lágrima contida, dolorosa, escorrer pelos olhinhos da minha adolescente cheia de hormônios pululando naquele corpo em definição: "Mãe, vc acha que estou feliz por ver o que eu fiz com ela? Pára de falar! Já deu!"

É... entendemos. Deu merda...

...

2. Vamos para o causo 2, baseado nos fatos dispersos pelos jornais.
Y dirigia muito bem. Era rápido, bom no golpe de vista: passava sem arranhão pelas frestas no trânsito parado E em movimento de SP. Naquele dia foi para uma balada dirigindo - não tinha grana viva para o taxi apesar da curta distância. Bebeu um ou 2 drinques, mas sabe que é forte, difícil ficar bêbado. Ok, mas resolveu esperar até amanhecer para pegar o carro e voltar para casa - era pertinho mesmo...

No meio do caminho, um ciclista em sua direção.

Estava rápido, queria voltar logo para a casa - pertinho - antes que uma blitz o pegasse. Vinha o ciclista, a rua estreitou, mas era bom no golpe de vista e...

Ufa, passou.

Olha pelo retrovisor, nada de ciclista

Um bolo de sangue no banco do passageiro - um braço!!!!!!!!

DEU MERDA!!!!

...

Quando dá merda, não se consegue deixar por isso mesmo. A raiva pela merda instalada quer encontrar um culpado e extravasar-se. Jogam-se pedras meeeeeesmo e crucificam!!!!!

Aí vem:
SE as unhas não estivessem compridas
SE ele fosse uma mão cega no volante
SE não tivesse levado um rojão para a manifestação
e vai além
SE ela engolisse a raiva
SE ele não fosse para a balada
SE ele não fosse à manifestação
...
SE ficássemos trancados na caverna para evitar a merda...

Sabe, de novo tenho receio de entrar na pieguice, mas é verdade. Como em Crime e Castigo. Como na resolução do primeiro causo, presenciado e experienciado:

...

Continuação do 1 causo:

Tanto a mãe quanto a caçula enxergaram aquela dor. A culpa não seria esquecida por conta daquela cicatriz!

Eis que pego as duas, em dado momento, resolvendo naturalmente o problema. A primogênita, artista nata, desenhou uma lindeza com os traços marcados na pele. Uma BAITA lindeza!!!!!!!!
Mãe, quando eu crescer vou fazer essa tatoo! Olha que linda!!!!!!

Bah! O amor, sempre ele. Não aquele amor piegas, que a moral cristã prega. Ou aquele amor de perdição que diz cegar o outro. Trata-se do amor puro, tal qual a intuição pura de Kant. Ou ainda, o amor íntegro, honesto, na justa medida, que vem do espírito, generoso em sua integridade e não no seu dever.

Este amor, que por conta desse estrago nele feito pela linguagem comum agora é necessário ser aprendido, trabalhado, esculpido; transforma sim! Como com Raskolnikov por Sonietchka.
Este amor resultante, que é mais fácil perceber no exercício da maternidade, nos ensina a acolher.
Não há "e se". Há a possibilidade de dar merda, da qual não se pode fugir. Somos humanos soltos na vida, e a característica dela e nossa é a imprevisibilidade. Previsível é só a cadeia de razões explicativas que parecem dar conta do passado e se metem a prever o futuro. Um auto-engano que nos faz nos privar da vida.

Procura-se sempre evitar a merda. Mas ela acontece! Há que se aprender a acolhe-la e nos transformar em seres melhores. E isso, sem pieguisse, só se aprende com o amor digno.

Para os outros, uma cicatriz
Para nós, uma tatoo, linda de doer!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Para além das palavras



Será que percebe o que há além das palavras?

Se por vezes são
ou ásperas
ou curtas
ou enroladas
ou doces
...

Preste atenção:
a real é a vontade de palavra
vontade de interagir
... de te tocar


Quero falar com vc
Quero tocar em vc
Quero abraçar vc
Quero brigar com vc
Quero @#$!%&^ vc
Quero ... vc




As palavras nada importam
...são só o que me resta

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Escrito nas estrelas

Quanto mais vivo, mais acredito que haja "mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia".
Os gregos sabiam de tudo, pq Descartes ainda não existia. A razão fascina pq tudo explica e dá uma impressão de que o mundo caminha sob nossas rédeas. E aí, vale a pena visitar o que os gregos diziam.

Platão em "A República" dizia que qdo morremos, entramos num lago do esquecimento antes de reencarnar. Mas ficava uma pista: a admiração pelo Belo.

E como isso é louco: por vezes irmãos com a mesma formação têm gostos díspares! Afinidades totalmente diferentes. E, talvez, nosso estilo de vida vá de acordo com nossas escolhas que são ditadas fundamentalmente pelo gosto, pelo que achamos Belo.

No início da vida, aquela coisa de pensar no futuro faz com que deixemos o gosto de lado. Ou, temos a ilusão de que ele fica de lado em prol do dever, do que a razão dita como certo, verdadeiro e útil.
Mas... com a experiência passamos a prestar mais atenção nisso e percebemos o quanto isso é determinante em nossa vida. Perseguimos um ideal estético sim. Não um estético do luxo, do consumo, vazio, mas um Belo como os gregos - o que nos cativa como ético e consistente.

Talvez, só talvez, seja esta a pista para realizar o que fomos feitos para fazer. Ou o que dizem, nossa missão como seres humanos que somos. Quando nos sentimos no bom caminho ou, naquele trilho feito para nós ou, o rumo certo ao Belo, atingimos uma sensação de plenitude que passamos ao outro. Passamos por ser natural, e não pq achamos certo ajudar ao próximo.

Deste modo, meu caro, se te amo, faço bem feito. É consistente. É pelo bom caminho para atingir o que sinto como Belo.

Estava ou, está, escrito nas estrelas.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Para os dias de marmota

Hey! Escute no comecinho do dia,
aquele que parece ontem, amanhã e sempre:



Sim, sim, estou pensando em vc:

Dou aquele abraço apertado rapidinho enquanto está sentado na cama terminando de se vestir, de perder o fôlego até
Te encho de beijinhos no rosto enqto faz aquela cara emburrada
Sento na mesa da cozinha contigo, com aqueles mimos que pega na geladeira e no armário das guloseimas
E vamos falar mal do dia que chega!!!!!

Para, rapidinho, voltar no fim do dia
de cara amarrotada, atropelada pelo cotidiano
E eu me penduro no teu pescoço que mal agüenta o peso da cabeça
assim que abro a porta
Te encho de beijinhos no rosto enqto faz aquela cara emburrada
Sento na mesa da cozinha contigo, com aqueles mimos que pega na geladeira e no armário das guloseimas
E vamos falar mal do dia que foi!!!!!


Worse together? rsrs

Nãaaaao, fofinho...

It's always better when we're together =)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Sabedoria de feicebuqui

"Mulher é assim, demora a cansar, tenta de todas as maneiras possíveis.
Mas cara, quando cansa, não tem declaração que a faça voltar atrás."

kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Pseudocontrole - por uma existência planejada

Inspirada pelo filme de Lars V T 


Há 2 formas clássicas de se fugir do amor: explicá-lo e filtrá-lo ao sexo.

O bicho homem está muuuuito mal acostumado. Tem a ilusão de controlar a própria vida. Acha que previne e trata as doenças, qquer moeda mata sua fome, outros tantos matam seu desejo.

Mas e o amor? Chega qdo mal esperamos, e vai em descompasso com o previsto.
E isso é tremendamente irritante! Pode nos fazer sair dos trilhos!
Perder o emprego.
                Perder a razão.
                                   Perder o controle do prazer.

E aí?

E aí que o abafamos com a razão. Desviamos a antena para coisas mais úteis.
E se transa com as características almejadas:
Um te cuida
                 Outro te pega como tigresa
                                    Outro canta ao seu ouvido
                                                         Outro te acaricia
                                    Outro te instiga
                 Outro deita no teu colo
Outro troca a lâmpada do teu quarto
                 Outro dirige p vc...
                                     Outro te pega de papai e mamãe
                                                          Outro por baixo
. . .

Agora sim, tem tudo o que quer, inclusive sob controle total da razão

Não há entrega. Não há troca.
Como chupar bala com papel. Falta sabor. Não se sente e nem aprende com o outro.

Parece chavão até. Mas este é o sabor da vida sim. O afeto, o amor.

Se ao explicar algo, teu corpo brilha
Ou se a transa é única,
Já sabe: na ausência, a vida não passa de existência.