De uma querida amiga,
4 Cantos "Brasil Pandeiro" from Zapipele Filmes on Vimeo.
Para colorir mais uma 6f chuvosa... Só o samba salva!
Pascal: "Les hommes sont si nécessairement fous que ce serait être fou par un autre tour de folie de n’être pas fou’. (...) Il faut faire l’histoire de cet autre tour de folie, de cet autre tour par lequel les hommes, dans le geste de raison souveraine qui enferme leur voisin, communiquent et se reconnaissent à travers le langage sans merci de la nonfolie...”
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Mr. and Mr. Smith
Conheci X numa balada. Um fofo, querido demais.
A empatia foi imediata e passamos um tempão conversando sobre tudo... na verdade, conversando sobre o que mais aflige a natureza humana de uma mulher e de um gay: homens!!!
X estava louco para casar.
Passou-se um tempo, e o encontrei com Y. Um casal gracinha. Sorridentes, educados, parceiros.
A empatia foi imediata e passamos um tempão conversando sobre o que mais aflige a natureza humana: casamentos rsrs
Sim, estavam casados! Em menos de 1 mês, X foi morar com Y. Estavam em lua de mel...
Encontramo-nos de novo no carnaval...
Eu, sempre no mundo da lua... mas me lembro de algumas cenas:
Y nos levava para jantar, para conhecer tudo que é lugar
X sorria para todo mundo
X sumia...
Y desesperado atrás dele
De novo, cruzei com eles por aí. Enquanto dançávamos, eles se perdiam no meio das "almôndegas" de gente. Um labirinto de pernas, braços, mãos, línguas...
Experimentações...
E ontem... decidindo sobre nossa próxima aventura...
X: "Não dá mais... Ele é muito controlador. Comigo não rola. Ele é incrível, adoro-o, mas está muito fragilizado... Estou dando um tempinho para que melhore e consigamos sair desta bem."
Y: "Estou passando por um momento tão difícil... Eu tenho uma cabeça aberta, mas ele mora na minha casa e traz os casos dele aqui! Já conversamos, mas não adianta. Ele é uma graça, adoro-o, mas precisa arranjar outro lugar para ficar. Estou dando um tempinho para que se arranje e consigamos sair desta bem."
A cada toque do telefone, "quem era?" A cada nome suscitado na mesa, "quem é?"
E o olhar desesperado...
aquele que deseja encontrar o que se perdeu.
aquele, servo, que busca no olhar do outro o brilho que não mais lhe pertence...
Comportamento legítimo. Mas não é digno...
O luto é cruel, sim. Péssimo. Daqueles que não se quer mais enfrentar nesta vida. Mas necessário...
Há que se ter dignidade para conservar nossa integridade.
Deixar partir.
Queridos, "Cuide-se!"
A empatia foi imediata e passamos um tempão conversando sobre tudo... na verdade, conversando sobre o que mais aflige a natureza humana de uma mulher e de um gay: homens!!!
X estava louco para casar.
Passou-se um tempo, e o encontrei com Y. Um casal gracinha. Sorridentes, educados, parceiros.
A empatia foi imediata e passamos um tempão conversando sobre o que mais aflige a natureza humana: casamentos rsrs
Sim, estavam casados! Em menos de 1 mês, X foi morar com Y. Estavam em lua de mel...
Encontramo-nos de novo no carnaval...
Eu, sempre no mundo da lua... mas me lembro de algumas cenas:
Y nos levava para jantar, para conhecer tudo que é lugar
X sorria para todo mundo
X sumia...
Y desesperado atrás dele
De novo, cruzei com eles por aí. Enquanto dançávamos, eles se perdiam no meio das "almôndegas" de gente. Um labirinto de pernas, braços, mãos, línguas...
Experimentações...
E ontem... decidindo sobre nossa próxima aventura...
X: "Não dá mais... Ele é muito controlador. Comigo não rola. Ele é incrível, adoro-o, mas está muito fragilizado... Estou dando um tempinho para que melhore e consigamos sair desta bem."
Y: "Estou passando por um momento tão difícil... Eu tenho uma cabeça aberta, mas ele mora na minha casa e traz os casos dele aqui! Já conversamos, mas não adianta. Ele é uma graça, adoro-o, mas precisa arranjar outro lugar para ficar. Estou dando um tempinho para que se arranje e consigamos sair desta bem."
A cada toque do telefone, "quem era?" A cada nome suscitado na mesa, "quem é?"
E o olhar desesperado...
aquele que deseja encontrar o que se perdeu.
aquele, servo, que busca no olhar do outro o brilho que não mais lhe pertence...
Comportamento legítimo. Mas não é digno...
O luto é cruel, sim. Péssimo. Daqueles que não se quer mais enfrentar nesta vida. Mas necessário...
Há que se ter dignidade para conservar nossa integridade.
Deixar partir.
Queridos, "Cuide-se!"
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domingo, 4 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
A whole new world
Ainda me lembro de quando estava para prestar o vestibular para medicina, e de repente veio uma dúvida quanto à escolha da carreira...
Isso costuma acontecer. A estabilidade do "pra sempre" sempre deixou-me estarrecida.
Até hoje guardo com carinho uma conversa que tive com um professor querido nos banquinhos à frente do Anglo. Quando eu dizia tudo que queria fazer e conhecer, sentia-me flutuar nas minhas palavras que se propagavam pelo mundo real e imaginário, até perder-se de vista... Eu me sentia no tapete mágico que meu pai descrevia enquanto tentava nos fazer dormir. Da minha cama quentinha, sobrevoava locais conhecidos e desconhecidos no silêncio da noite: escola, a chácara, a casa dos meus primos... e meu pai era ousado! Montados no tapete tecido por suas palavras, chegávamos à lua, aos planetas do sistema solar, ao universo!!! Acho que daí veio essa minha vontade de percorrer este mundão infinito montada na segurança das minhas palavras...
Aí o meu professor disse: "mas vc quer abraçar o mundo com o dedo mindinho?"
Ele bem estava certo. Em parte. Os pés precisavam de chão. Lembrava-me de que o gostoso não era estar flutuando no tapete mágico. Gostoso era fazer isso no aconchego da cama quentinha e fofa.
Saí da conversa decidida! A primeira das escolhas, por minha conta e risco. Mergulhei naquele mundo biomédico, cada vez mais específico. Nele há sim, um leque de opções ainda. Mas sentia que eram variações sobre o mesmo tema. A cama quentinha já havia sido conquistada. O tapete... passeava nos caminhos previsíveis.
Eu precisava de AAARRrrr. Aquela sensação boa das histórias de dormir pelas palavras do meu pai, oprimia-me cada vez mais...
Uma frestinha da janela se abriu e pulei! Eu me lembrava de outra frase do meu professor querido: "nenhuma escolha é definitiva. Se não der certo, oras, volte atrás!"
O que percebo hoje em dia... Mesmo as escolhas que julgo equivocadas movimentam-me. Ou seja, se aparentemente uma porta se fecha, isso nos permite olhar para os lados (esse passo é fundamental!). Se nos mantivermos atentos a tudo que não é aquela porta que se fechou, descobriremos um mundão enorme (ok.. esse passo também é fundamental!)
É impressionante como percebo que, a cada escolha, o que apreendemos preenche ainda mais aquela caminha confortável. Este sossego e talvez lucidez são combustível para identificar um número cada vez maior de "portas abertas". E voltamos a escolher em qual entrar. Não se trata de uma busca desesperada pelo novo. Trata-se de uma plácida lucidez que nos permite manipular com rapidez e eficácia nosso olhar em grande angular e zoom.
Deliberar...
E escolher.
Sem medo nem preguiça, como sugere Kant.
Atento ao kairós, como sugere Foucault.
"Encarnamos" assim uma dimensão livre e autônoma que nos traz a segurança para abraçar um mundo ilimitado e ousado, como aquele que meu pai nos apresentava.
Isso costuma acontecer. A estabilidade do "pra sempre" sempre deixou-me estarrecida.
Até hoje guardo com carinho uma conversa que tive com um professor querido nos banquinhos à frente do Anglo. Quando eu dizia tudo que queria fazer e conhecer, sentia-me flutuar nas minhas palavras que se propagavam pelo mundo real e imaginário, até perder-se de vista... Eu me sentia no tapete mágico que meu pai descrevia enquanto tentava nos fazer dormir. Da minha cama quentinha, sobrevoava locais conhecidos e desconhecidos no silêncio da noite: escola, a chácara, a casa dos meus primos... e meu pai era ousado! Montados no tapete tecido por suas palavras, chegávamos à lua, aos planetas do sistema solar, ao universo!!! Acho que daí veio essa minha vontade de percorrer este mundão infinito montada na segurança das minhas palavras...
Aí o meu professor disse: "mas vc quer abraçar o mundo com o dedo mindinho?"
Ele bem estava certo. Em parte. Os pés precisavam de chão. Lembrava-me de que o gostoso não era estar flutuando no tapete mágico. Gostoso era fazer isso no aconchego da cama quentinha e fofa.
Saí da conversa decidida! A primeira das escolhas, por minha conta e risco. Mergulhei naquele mundo biomédico, cada vez mais específico. Nele há sim, um leque de opções ainda. Mas sentia que eram variações sobre o mesmo tema. A cama quentinha já havia sido conquistada. O tapete... passeava nos caminhos previsíveis.
Eu precisava de AAARRrrr. Aquela sensação boa das histórias de dormir pelas palavras do meu pai, oprimia-me cada vez mais...
Uma frestinha da janela se abriu e pulei! Eu me lembrava de outra frase do meu professor querido: "nenhuma escolha é definitiva. Se não der certo, oras, volte atrás!"
O que percebo hoje em dia... Mesmo as escolhas que julgo equivocadas movimentam-me. Ou seja, se aparentemente uma porta se fecha, isso nos permite olhar para os lados (esse passo é fundamental!). Se nos mantivermos atentos a tudo que não é aquela porta que se fechou, descobriremos um mundão enorme (ok.. esse passo também é fundamental!)
É impressionante como percebo que, a cada escolha, o que apreendemos preenche ainda mais aquela caminha confortável. Este sossego e talvez lucidez são combustível para identificar um número cada vez maior de "portas abertas". E voltamos a escolher em qual entrar. Não se trata de uma busca desesperada pelo novo. Trata-se de uma plácida lucidez que nos permite manipular com rapidez e eficácia nosso olhar em grande angular e zoom.
Deliberar...
E escolher.
Sem medo nem preguiça, como sugere Kant.
Atento ao kairós, como sugere Foucault.
"Encarnamos" assim uma dimensão livre e autônoma que nos traz a segurança para abraçar um mundo ilimitado e ousado, como aquele que meu pai nos apresentava.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Coca Zero
Por vezes, temos a sensação de que cortaram a luz no meio da projeção de um filme. A gente tem uma mania de atribuir significados, inventar e fantasiar o fim... Para ver se consegue adoçar um pouco o gosto amargo da ausência.
No começo, é a única alternativa para não amargar a vida inteira. Passo a passo, acreditando no tempo como aliado, acostumamos com o gosto do adoçante na vida. Adoro uma coca zero!
Mas, sei lá, aquela vontade de saber o fim da história nunca termina...
Chegando no fim da vida adoçada, o fundinho amargo pode ser outro.
O de ter se deixado iludir pelo tempo - tô falando que ele é traiçoeiro...
E não ter aproveitado todo o doce sabor da vida.
No começo, é a única alternativa para não amargar a vida inteira. Passo a passo, acreditando no tempo como aliado, acostumamos com o gosto do adoçante na vida. Adoro uma coca zero!
Mas, sei lá, aquela vontade de saber o fim da história nunca termina...
Chegando no fim da vida adoçada, o fundinho amargo pode ser outro.
O de ter se deixado iludir pelo tempo - tô falando que ele é traiçoeiro...
E não ter aproveitado todo o doce sabor da vida.
domingo, 27 de novembro de 2011
Tempo traiçoeiro
Tento agora canalizar esse mundo que no momento paira sobre mim. Uma certa saudade de quem via nos corredores, nas festas, nas salas de aula. De quem eu só era capaz de sentir a presença. Nada mais. E porque nem me permiti. Sempre deixava "para a próxima vez". Esse é um vício torto mesmo...
Uma presença leve, feito passarinho. Artista, poeta, sensível, doce de mel...
Acordei naquele dia e deparei com canções lindas... e pedi lincença para compartilhar:
toda licença poética é mto bem vinda = ) faz parte duma parceria entre a hilda hilst (com uma série de poemas sobre Ariadne e Dionísio) e composição musical do zeca baleiro (Ode Descontínua para Flauta e Oboé), com mais ná ozzeti, monica salmasso, bethania....... afe! quedo-me silente......
Uma alma tão doce... Guerreira, de quem saiu da casa cheia de verde, cantos de passarinhos, cheiro de flor...
... e veio estudar na cidade grande cinza, barulhenta, cheia de trancas e medo - e como é difícil, bem sabemos.
O que será que se passou...
Talvez eu saiba. Talvez um dia tenha vivenciado tudo isso. Por vezes parece que o momento em que estamos é só um momento. Que o outro será melhor. Como aquela pipoca de saquinho rosa - a gente sempre espera uma mais crocante e doce, e sabemos que virá. Quanto mais jovens, mais acreditamos na quantidade de pipocas porvir. A morte talvez fosse mais crocante e doce do que o gosto sem gosto que estava na sua boca...
Mas o que mais amarga o gosto na boca, é a distância que nos impôs. Impossibilitar aquela vontade que eu tenho de ligar e me encontrar com vc, ver seu sorriso doce, e dizer como me encanta. Mesmo sabendo que, se estivesse por aqui, continuaria "deixando para depois". Por que deixo de falar com quem gosto, com quem realmente vale a pena cada encontro, neste momento em que tenho vontade?
Por que sempre achamos que o tempo é nosso amigo?
De certo, ele é traiçoeiro... Rouba-nos o melhor - o presente momento.
"afe! quedo-me silente..."
Uma presença leve, feito passarinho. Artista, poeta, sensível, doce de mel...
Acordei naquele dia e deparei com canções lindas... e pedi lincença para compartilhar:
toda licença poética é mto bem vinda = ) faz parte duma parceria entre a hilda hilst (com uma série de poemas sobre Ariadne e Dionísio) e composição musical do zeca baleiro (Ode Descontínua para Flauta e Oboé), com mais ná ozzeti, monica salmasso, bethania....... afe! quedo-me silente......
Uma alma tão doce... Guerreira, de quem saiu da casa cheia de verde, cantos de passarinhos, cheiro de flor...
"Na nossa casa amor-perfeito é mato
E o teto estrelado também tem luar
A nossa casa até parece um ninho
Vem um passarinho pra nos acordar
Na nossa casa passa um rio no meio
E o nosso leito pode ser o mar
A nossa casa é de carne e osso
Não precisa esforço para namorar
A nossa casa não é sua nem minha
Não tem campainha pra nos visitar
A nossa casa tem varanda dentro
Tem um pé de vento para respirar"
Arnaldo Antunes
... e veio estudar na cidade grande cinza, barulhenta, cheia de trancas e medo - e como é difícil, bem sabemos.
O que será que se passou...
Talvez eu saiba. Talvez um dia tenha vivenciado tudo isso. Por vezes parece que o momento em que estamos é só um momento. Que o outro será melhor. Como aquela pipoca de saquinho rosa - a gente sempre espera uma mais crocante e doce, e sabemos que virá. Quanto mais jovens, mais acreditamos na quantidade de pipocas porvir. A morte talvez fosse mais crocante e doce do que o gosto sem gosto que estava na sua boca...
Mas o que mais amarga o gosto na boca, é a distância que nos impôs. Impossibilitar aquela vontade que eu tenho de ligar e me encontrar com vc, ver seu sorriso doce, e dizer como me encanta. Mesmo sabendo que, se estivesse por aqui, continuaria "deixando para depois". Por que deixo de falar com quem gosto, com quem realmente vale a pena cada encontro, neste momento em que tenho vontade?
Por que sempre achamos que o tempo é nosso amigo?
De certo, ele é traiçoeiro... Rouba-nos o melhor - o presente momento.
"afe! quedo-me silente..."
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