segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pulsão de vida

O anonimato foi sempre uma coisa que me perturbou. Como os casados que amam no espaço extraconjugal, onde o casamento afetivo se faz com o não-cônjuge. Eu não tenho nada contra o amor livre, e muitas vezes é nele sim que acredito. Eu tenho minhas ressalvas quanto à omissão da própria pulsão, por medo. Aff, medo do próprio Ser? Isso, para mim, é cortante...

Mas... estou aprendendo cada vez mais a pensar nos direitos das pessoas. A pessoa tem o direito de ter seus medos. Tem o direito de se manter "anônima". Não combina comigo, não levaria para casa, mas entendo que exista.

Ok, todo esse preâmbulo que daria outro post, para justificar o anônimo a quem sempre dou voz neste espaço, e que postou esta música como comentário do meu post anterior

http://autretourdelafolie.blogspot.com.br/2013/07/conexao.html

Mas trato-lhe como anônimo. Como a quem não identifico.




Aí vai,

"Caro Anônimo,

Poxa, fiquei muito envaidecida por suscitar uma conexão! Certamente familiarizou-se com a sensação transmitida pelo post.

Sabe, não existem culpados no acaso (afinal, não há causalidade). Não existe perfeição do tipo - eu deveria ter feito isso ou aquilo, da próxima vez assim o farei! Cada relação é única. Não se trata de um experimento em que isolamos todas as variáveis para melhor controlá-las e ter um resultado esperado. O que fazemos tem uma repercussão no outro que escapa à nossa suposta previsibilidade.

Aconteceu. Ponto.

Ao meu ver, há que se permitir reinventar-se à partir de uma conexão. Ela tem o mágico poder de nos transformar! Parece abrir um portal para uma outra dimensão do nosso Ser. Mas este portal pode se fechar rapidinho SE tivermos medo ou preguiça de nele entrar. E se fechar... aí sim este palco permanecerá vazio.

Há que se confiar na imensidão do acaso! A certeza da luz - poxa, isso para mim é TÃO certo! Este universo é infinito demais, uma pulsão de vida tão devastadora que é impossível bloquear uma nova conexão!!!

É isso, anônimo! Conexão é pulsão de vida. E o medo e a preguiça de entrar em cada portal que se abre, é ao meu ver, o chamado inevitável da morte.

Cum fé! rs"






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