sábado, 7 de janeiro de 2012

Filhos: re-reflexão

Algumas propostas indecentes andam perturbando meus conceitos...

De novo, a conversa sobre filhos. A primeira foi em http://autretourdelafolie.blogspot.com/2011/05/dia-das-maes.html

Uma paciente, beeeem maltratada pela mãe, disse que seu maior desejo era ter filhos para vivenciar o outro lado. O que ela sentiria como mãe. Tinha vontade de tratar os filhos como não foi tratada. Pegou o primeiro bofe pela frente, teve os filhos aos trancos, barracos e sopapos. Foi tãaaaao maltratada como "esposa" que colocou os filhos debaixo dos braços e saiu de casa. Hoje? Nunca esteve tão feliz e realizada. Está apaixonada por uma mulher que, enfim, a trata com dignidade (fico em dúvida sobre o que seria essa tal de dignidade...)

Talvez pelo que tenho visto ultimamente, vejo ainda outra possibilidade. A relação entre mãe e filhos ou pai e filhos não tem NADA a ver com a relação entre o pai e a mãe. Quem foi mesmo o INFELIZ que teve essa idéia de família unida, pai mãe e filhos... Engels fala o diabo sobre ela em "A orígem da família, da propriedade privada e do estado"

O amor que une o casal, aquele que dá um desejo louco de ter um filho para materializá-lo e perpetuá-lo... é demais traiçoeiro. Vai embora. Foge e se dissipa no ar, e a gente nem percebe em que ponto se perdeu. Fica a "matéria"- o filho. Aí, o pai e a mãe precisam ter uma decência e dignidade (de novo, o que seria mesmo essa tal?) para separar as coisas e manter o amor-m/paterno que está perdido no meio deste término. Seria portanto um motivo legítimo? Um motivo volátil, poderia legitimar um resultado que permanece?

Nos dias de hoje, talvez, o motivo mais ético fosse somente o desejo deliberado de se ter um filho. Aí sim, quem fez esta escolha se responsabilizaria por ela e legitimaria o resultado. O "problema" é que são necessários pai e mãe (procuro me manter aberta aos novos tempos, mas FIV - fertilização in vitro - sem pai ou mãe é demais... todos têm direito a ter "modelo" de pai E mãe!).

Que tal... um filho entre amigos?

Sabe que, cada vez mais acredito que o laço relacional mais forte que existe é a amizade-philia. É generosa. Não exige troca. Não é possessiva. É livre e companheira.

Ter filhos é ótimo, e isso para mim é fato.


... Sabe que eu toparia?

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