domingo, 28 de novembro de 2010

Branco

Dia branco, como a noite de Dostoiévski. Nem sol, nem chuva.
Ou, quase sol, quase chuva, quase lua.

Estou no ponto em que a reta faz a curva.

Sensação de gravidade zero, em que a energia potencial é infinita.

Uma saudade que passou de doer, o tesão que transbordou, o músculo que estirou.

A única aparente apatia do branco-nada que mascara a angústia e a violência do embate de todas as cores, humores, paixões e potências de resultante... zero.

Estátua de maremoto

Círculo de Newton.


Aguardo a faísca.

2 comentários:

  1. "Elza, me deixa em paz

    Quando sair apaga a luz e liga o gásssssssssss"


    [Os mulheres negras]

    Pra que a senhorita precisa de uma faísca?

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  2. Caro Anônimo-não menos branco que meu dia branco,

    A faísca serve para despertar uma face, qualquer que seja.

    Por que não tenta?

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