"Te perdôo por te trair"
Chico Buarque
E não é que A é perfeita? Mulher trabalhadeira, distinta, a casa sempre arrumada, adora crianças e animais, sempre pronta para ajudar, l i n d i n h a ... E foi se arranjar com B! Ah, ele é encantador, né? Falante, galante... Excelente profissional, sempre tem assunto sobre tudo e sobre todas.
E sempre formaram um casal lindo e perfeito!
Mas um dia, não menos que de repente, B vai passear... Volta r a d i a n t e !!! Há tempos não se sentia tão feliz! Foi um raio de sol nos dias nublados da(s) última(s) temporada(s). Como se arrependeria? Como voltar para casa - e será que aquilo poderia ser chamado de casa?
A... ficou.
1.amargou. Ameaçou se matar. Odiaaava B. Saia em busca daquele sol para esfregar na cara de B. A raiva movimenta... e cega.
2.ignorou. Fez que não aconteceu. Ah, ele vooolta. B vai pensar melhor, verá que o sol ofusca e engana, e vai voltar para o conforto da sombra.
3.respirou fuuuundo... Como negar o calor e brilho solar? Como condenar quem o persegue? Como... se satisfazer com dias nublados? Como... reconhecer-se enfim responsável pela sombra. Era responsável SIM. Não foi capaz de oferecer-lhe o que desejava.
Em 1 e 2 A, por culpar B, dele se acompanhou por infinitos dias nublados.
Em 3... perdoou-se enfim. Ah, até ela merece um dia de sol, não?
E B?
1.envergonhou-se. A sempre estava irritantemente certa. Para que perseguir o sol se o dia nublado é fresco e confortável? E para todo o sempre aquele maldito passeio incrível o faria se lembrar da perfeição de A e sua própria imbecil autovontade de... felicidade.
2.respirou fuuundoo. Perdoou A. Assim, dela se libertou, deles se libertou. Mal sabia que só deste modo A enfim também encontraria aquele mesmo bendito passeio incrível que a faria realmente sentir e vivenciar a perfeição em sua plenitude.
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