"A lisonja torna impotente e cego aquele a quem se dirige."
M Foucault
A era apaixonado por B. E como não seria?
B era o mais inteligente, o mais bonito, generoso, de uma elegância...
E A?
Ah... A sonhava... Sonhava que um dia seria tudo para B, assim como B fazia do seu mundo muito melhor! O mundo com B era colorido, sentia-se flutuar na brisa fresca constante. Nada daquele sol escaldante sufocante, ou da chuva que gelava a alma.
Assim, sempre que B aparecia, A sorria e trazia à tona todo aquele mundo de sonhos. B achava tudo aquilo de uma generosidade doce, ficava comovido com tanta atenção. E A continuava a esbanjar material digno para a construção de um castelo precioso para B.
B, lisonjeado, assim o fez. Pedra por pedra, suspiro por suspiro, de flor em flor... o castelo montava.
De repente, sem explicação, A se cansou. Ou talvez, B tivesse deixado de lado tudo aquilo que era para... construir castelos. Ou mais: talvez B nunca tivesse sido aquilo tudo por quem A suspirava...
O fato foi que A conheceu C, este sim o mais inteligente, o mais bonito, generoso, elegante que só.
E B?
Está lá, aguardando peças, perdido naquele castelo sombrio inacabado, em que tudo veio e viria somente de A
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