quarta-feira, 31 de março de 2010

Desrazão

Nada parece fazer sentido. São como vários espaços: justapostos, próximos ou distantes. Aparentemente desconexos, mas coincidentemente estou em todos eles inserida. Meus espaços estão fragmentados, aparentemente sou diferente em cada um deles. Não me reconheço e nem sei prever qual será meu comportamento. Saio dos espaços e reencontro comigo mesma. Ando pela Av. Paulista, ninguém me olha, nem eu mesma. O corpo caminha até o destino, mas é como se nele eu não estivesse.

Achava que gostava do que estava me tornando, mas percebo que em determinados espaços assumo a mesma postura que de hábito assumia - e tudo parece voltar à estaca zero. A mesma sensação de inércia. O tempo roubando minha vida...

Nesses momentos quero me resgatar! Quero ouvir tua respiração ofegante, o olhar que me atravessa, as mãos que exploram e se encaixam nas minhas curvas, o beijo que liberta da razão que sufoca. Sinto teu cheiro e me aqueço sob teu corpo que veste minha alma. Teus movimentos cada vez mais desesperados vão de encontro ao desejo de que me arrebate e me vire do avesso. Quero que puxe os cabelos e sinta a penugem do pescoço nos teus lábios úmidos que sugam meus devaneios. Que venha forte! E roube toda a minha razão.

Assim, irracionais, não há loucura. Permite-se a devassidão, o avesso, o que há de mais puro e sagrado...

...o amor.

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