sábado, 6 de fevereiro de 2010

O habitual que esconde o inabitual


A Partida - Okuribito
Um dia depois do outro. Hora para acordar, hora para sair de casa, melhor hora para não pegar trânsito, horário das consultas, hora para sair e escapar da chuva... Sempre de olho no relógio. Sempre fora de hora. Sempre de olho no momento seguinte. No que ainda se tem para fazer. Nas coisas que nos são úteis para fazer o esperado. O custo-benefício das coisas. O que é útil... Para nos sentirmos úteis. Para trabalhar, para pensar, para resolver, para pesquisar, para amar, para trepar. Somos nossa representação útil. As coisas não são, elas servem ou não servem. Servimos ou não... São nossas funções, nossas ações, o que aparece para o mundo e aparentemente o transforma.

Entretanto...

Subitamente de modo inexplicável, um SomAromaCorFotografia
..........uma música
..........
um sorriso...
.............um olhar
promove uma abertura, um portal dimensional! Por ele entramos e SENTIMOS as coisas: o que serve, o que não serve, o que se mostra, o que se esconde. Sentimos o tempo que passa e o que não passa.

Essa é a real sensação de liberdade! Por nanosegundos o espírito descola do corpo e acolhe o mundo como é, foi, e pode ser.
E aí retornamos expressivamente mudados,
............Inseridos no tempo...

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