sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Banco de reserva

Quem és? Perguntei ao desejo
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.
H Hilst


Dizem os psicoterapeutas que o homem tem medo de perder o que tem. E a mulher tem um vazio por dentro que precisa ser preenchido. A velha teoria sobre o falo.

Eu fico pensando se é por isso que eles sempre voltam...

Uma mulher que se conserva interessada e interessante, em determinado momento acaba tendo uma legião no banco de reservas!

Entretanto... não sei se isso se aplica a todas as mulheres, mas.. em geral, à partir do momento em que a mulher fecha o livro da estorinha... passou. É incrível como passa!!! O que antes era como uma fonte motriz para respirarmos até, vira pó.. e vira nada.
Não se trata de mágoa
Nem de ressentimento
apenas... passa.

Dá até uma certa tristezinha. Pq é bom DEMAIS sentir e se entregar a esta força motriz!
Eu, particularmente,
- cuido
- alimento
- acaricio
- dou o que tenho e o que não tenho e me inundo de prazer
- o cara realmente se sente especial - coisa boa a gente não pode regular!!!

Aí o cara acha que a partida já está ganha e desanda a descuidar...

A gente não sabe exatamente o momento em que nos damos conta disso, mas o fato é que um dia percebemos que algo mudou. Ninguém tem culpa de nada. Simplesmente... passa. Este é o ponto de vista da maioria das mulheres que conheço. Pode até ser uma amostra viciada, mas isso existe.

Acho que é diferente com os homens. Acreditam que, uma vez conquistado o terreno, é dele. Pode até ser de outros, mas continua dele. Simplesmente não entende que perdeu, afinal, aquilo tudo foi um dia conquistado!!!

Qdo a história foi bonita, fica sim um tremendo carinho pelo cara, por tudo que nos proporcionou, por todos os momentos incríveis!!! Mas a gente sabe que o livro se fechou. Não dá para reviver.

Passou.

Portanto, dica aos homens: se realmente se sente especial para uma mulher, se conseguiu conquistar aquele universo de aconchego e paz... preserve.
- cuide
- alimente
- acaricie
- não precisa dar o que tem e o que não tem.. a constância é que conta, e não a intensidade
- precisamos ter a ilusão de que somos únicas: a mais inteligente, a mais bonita, a mais espirituosa, a mais companheira... não tem bicho mais competitivo do que mulher, aff!!!

E não precisa se sentir responsável por ela para o resto da vida. Pq não é. Pq quando passa...

passa.






quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Paradoxos

Até que ponto vai o desejo?
E ele é indiferente ao amor?
Se em algo se toca, é na paixão
e isso fica na memória?!?!

Pois chega e me pega
sem papinho
O desejo estoura e
emite pseudópodes
por todo meu corpo

"minha gostosa"

Teu cheiro me arrebata
e mergulha por toda nossa história

Teus rastros me embriagam
Te chamo, calada
Parte.. e te puxo no olhar
... só no olhar

Não tenho coragem de te prender, e nem seria justo. Mas queria que se aconchegasse nas minhas asas...

... pra sempre

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

(Des)íntegros

Causo 1:

Homem de 70 anos, apaixona-se por mulher de 45, larga esposa para viver o amor. A separação e a nova companheira acabam com suas reservas financeiras.
Agora mora de favor na casa dos filhos, sem casa, sem esposa, sem moral...

Causo 2:

Casal de 45 anos sem nenhuma cumplicidade ou afeto além da obrigação com as contas e os filhos, descobre um caso extraconjugal.
A esposa bate na cara do marido até lhe quebrar o nariz
Ele resolve... dormir no sofá.


Que a humildade honesta, na justa medida, nos faça enxergar quem de fato somos para manter nossa integridade física e moral.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Our Song

Tem coisas que, em qualquer momento da nossa vida, podem fazer a gente dar uma paradinha no tempo e erguer os braços à imensidão da vida!




Precisa muito não:
- uma coca zero beeeeem gelada rs
- os olhos de agradecimento sincero de um paciente ou familiar
- o amanhecer com um belo dia de sol e uma brisa geladinha no rosto
- uma música dessas no meio de uma balada eletrônica rs
- enxergar a essência nua de quem gostamos
- presenciar um momento de generosidade e gentileza entre desconhecidos
- uma palavra tua...

Deixando os vícios de lado (a coca zero rs), é conseguir vestir os óculos que trespassam toda a parafernália que nós próprios criamos para nos defender da fragilidade da nossa essência

Sabe, nossa essência não é frágil não!!!

Tudo poderia ser TÃO mais simples se tivéssemos só mais um tantico de coragem...

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Ciúmes

Tenho um comportamento visceral que me irrita e me envergonha profundamente. Fazer o que.

CIÚMES

O pior é que eu tenho uma capacidade ímpar de estabelecer conexões. Para mim é muuuuuito fácil construir pontes entre os pensamentos mais díspares.

Nunca me esqueço de um episódio em que um ex falava sobre o comportamento esquisito da cachorrinha da ex - ela se masturbava nas almofadas da casa, na cara dura, e ele achava aquilo sinistro.
Eu, cega de ciúmes da ex (que eu até conhecia e achava uma fofa!), já discursei sobre o preconceito contra as mulheres que gostam de sexo.
Aí descambei geral... Nem vale a pena discorrer sobre este assunto, tão esdrúxulo e maluco...

Eu realmente enlouqueço e minha cabeça começa a dar loopings!
Mas eu já estou aprendendo sobre minha loucura.

Sento...
Respiro...
Tomo uma coca zero...
E repito: vai passar!!!

E passa.
E me sinto A MAIS ridícula.
Mas aí... já foi. Já falei, já merdeei tudo.

Por isso que nem procuro! Não olho para os lados, não exijo, nem toco no assunto. Pra que? Vai me irritar, vou irritar o outro, e será tudo absurdo, papo de loucos mesmo - pq foge completamente ao meu aparato racional.

Isso me irrita TANTO que prefiro pular fora. Desligo do cara e sigo em frente!
De novo: NUNCA falar de uma mulher para outra mulher. Nem da mãe!

http://autretourdelafolie.blogspot.com.br/2010/05/colher-de-cha.html


domingo, 12 de janeiro de 2014

Home

Quando abro a porta de casa e te vejo com um sorriso cansado, te puxo pela camisa e penduro-me no teu pescoço. Um cheirinho no perfume registrado no colarinho, e se afoga nos meus cabelos...

Pronto, chegou em casa!



Vamos direto à cozinha, abre a geladeira e os armários para encontrar algum resto mortal do dia
Barulhos de pratos, talheres, sentamos à mesa e papeamos sobre o dia pesado, as ironias, as singularidades que só uma mente atenta presencia...

Ligamos o som ou a TV... no sofá, no silêncio confortável que só rola com a intimidade que o afeto traz.

A dança das nossas imagens no espelho, com as escovas de dente, o barulho da torneira aberta,

e o teu calor no travesseiro ao meu lado.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Reload

Conheci Herman Hesse com Demian, na minha adolescência ainda. Marcou minha vida. Fiquei tão encantada que tentei o Lobo da Estepe. Não dei conta. Tbém, o que uma menina cheia de brilho nos olhos dos seus 15 anos tem a ver com a vida de um amargurado de 50 anos? Fechei o livro e guardei na estante.

Recentemente, fui arrumar as caixas com os livros e o Lobo da Estepe caiu nas minhas mãos. Comecei a folhear, e em um dia terminei com um "ué, era isso?"
Mas o que era tão grandioso e difícil nisso aqui?!?!?!

Como quando por um acaso a gente passa pela rua onde crescemos.

Ou revisita a escola ou a faculdade ou a cidade universitária...

"Ué, era isso?!?!?!"

O desconforto, a diferença é tanta que dá receio de "revisitar" momentos que guardamos no melhor lugar das nossas memórias. Não releio "Demian" nem a pau. Nem "O apanhador no campo de centeio"... Mantenho-os no melhor lugar da estante!

Mas... e se eles batem a nossa porta? Se caem, abertos, na nossa frente?
Fecho os olhos?
Fujo?
O respeito pelas sensações que os melhores livros nos despertaram, pede com a mesma força tanto para mantê-los no melhor lugar da estante, quanto para deixá-los entrar novamente à nossa vida...

É... seja o que for, uma história sempre pode ser re-escrita... Basta não impor que ela se repita.

Como se fosse fácil assim rs...