sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

corre noite



Com um aperto no peito que chega a tirar o fôlego, levanto da cama e saio de casa. Rápido, muito rápido. Sinto tua presença na minha sombra que ganha vida com a velocidade dos meus passos.

Envolve minha pele e eriça a penugem na nuca. Posso escutar tua voz rouca ao pé do ouvido. Só percebo a luminosidade da lua tímida entre as nuvens carregadas e o teu semblante nos meus olhos.

Vc me persegue

nas ruas
entre a folhagem das árvores
sob as sombras
no vento entre minhas inspirações...

Pouco a pouco, adentra pelas vias aéreas. Chega aos alvéolos e vai ganhando minha circulação... Percebo dissipar e encravar nas vísceras, membranas, células...

Não te vejo
Não te toco
Mas sombreia meu sol
Teu cheiro obstrui a passagem do olfato
e veste meu corpo que não mais sente o frio...

Persigo meu pensamento, mas, como intruso, me perturba

Corro, muito muito rápido.

Desgovernada.

Desesperada...

Já nem sei mais se me afasto ou me aproximo de ti.

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