A parresia é dizer a verdade: singela, por ser generosa; modesta, por não se deixar seduzir pela lisonja; e no momento oportuno.
- dia de semana na escola,
- fim de semana na casa dos avós
Vez ou outra os pais combinam quando ir ou receber o amigo em casa.
Mudamos de escola, de ambiente, e tuuudo de novo para formar novos amigos.
Vez ou outra, combinamos quando encontrar o amigo, que por vezes se perde no tempo, dados outros tantos lugares que acumulamos como necessários.
E, o processo de se formar amigos acaba sendo o mesmo:
- observamos os gostos
- aprofundamo-nos nessas aberturas
- afinamos as afinidades, os programas, as aventuras
- construimos memórias juntos, como um filme bem vivido
E a vida, cheia de necessidades e utilidades, vai se preenchendo...
a demanda vai aumentando
o tempo livre vai diminuindo
a lista de prioridades vai ficando cada vez mais complexa de se organizar (os segundos passam a ser fundamentais!)
E eis que, de repente, uma notícia nos abala a ponto de chacoalhar toooooda essa lista bem organizada, elaborada como um castelo de cartas numa embarcação flutuante. Que diacho de lista de prioridades é esta que não estava o tempo para ver um grande amigo?
(Bom, e quem disse que eu era uma grande amiga?)
O que é essa tal amizade?
Demanda um esforço construtivo?
Encontros frequentes?
Precisa de motivo: aniversário, Natal, olho machucado...?
Depois de muitos encontros e alguns desencontros, percebo que talvez a amizade esteja nesta "philia" ou neste afeto despretencioso, que surge com algumas pessoas (que acabamos de conhecer ou que conhecemos no século passado), e que imediatamente nos traz de volta para casa. Complicado fica quando entramos na engrenagem da utilidade, no piloto automático da lista de prioridades que fizemos no século passado, e fechamos as portas para o maior dos Bens inesperados: a aventura que é uma grande amizade.
Valeu, meu caro! Valeu a sinceridade, a humildade, o papo,
... a experiência parresiasta.
Que venham outras!!!
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