Sim, perdido em algum tempo, estava Aquele Espaço!
Fui com minha mãe, um lugar colorido cheio de gente pra lá e pra cá, rampas e corrimões que desenhavam curvas entre os dois andares, e a área central cheeeeia de frutas. E eu adorava aquele cheiro de nectarina…
Eu gostava mesmo dos corredores inferiores: linguiças penduradas, castanhas, nozes, avelãs, azeitonas coloridas… Os queijos, enooormes! Meu pai adorava os furadinhos.
Aquele seria um dia de festa =)
Eu avistava aquele senhor sério por trás da caixa registradora, do balcão. NUNCA falaria com ele, aff que medo!!!
E aparece aquele magricela
cabelos beeeeeem pretos, nariz afilado, compriiiiiidooooo… Deliciosamente desengonçado entre os laticínios, sorriso solto,
Questo ragazzo è un polichinelo!!!
PoLIniZavA alegria…
Menina, de mãos dadas com minha mãe e com medo de me perder naquela multidão, encantava-me a imagem…
O tempo passou, mas em algum lugar aquele momento ficou registrado.
A sucessão de imagens do dia a dia no descompasso do tempo nos mesmos espaços:
Largo de Pinheiros, Rua Morás, Francisco Leitão, Cardeal Arcoverde, Teodoro Sampaio, Ilha, Mambo… Estendia-se para o Hospital do Cotoxó, Afonso Bovero…
E os (des)compassos dos encontros no mesmo tempo: namoro, noivado, casamento, filhas, gatocachorropapagaio…
… a dor dos desencontros
E enfim seu espaço no meu tempo num golpe de vista! Oportuno instante!
Nem tão alegre assim, o olhar e os gestos delineados e salpicados com o pesar das dores e desencantos que pululam com o dia a dia.
Encantou-se com minha imagem de menina voraz e faminta daquele tempo, que em algum lugar se desenhou em vc.
Sim, vc me resgatou!
Então, perdido em alguma lacuna do tempo, estava aquele album de fotografias que trombou em vc. Abençoado acaso que o trouxe então ao meu espaço! Folheio as imagens, o senhor sério, a aura, o cheiro de nectarina, o tempo…
… polichinelo
Sim, meu amor, eu te resgatei!
Agora, sintonizados no mesmo compasso!
Nunca mais me perco de vc =)
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