Meu celular está convalescendo. Nas últimas. Tá lerdo, dá pau, toca sem ninguém ter ligado, para a ligação no meio, a internet não pega direito… Deve ser por conta da telefonia tbém, que compartilha com o mau funcionamento geral das coisas.
Ou o que se promete, e as minhas expectativas frente às possibilidades, é infinitamente superior ao que o sistema pode de fato proporcionar.
Mal e mal, vamos adquirindo aplicativos interessantes e, de repente muda o sistema, nosso aparelho não tem condições de atualizar, e parece que falta alguma coisa. Parece que PRECISAMOS daquilo.
Porra nenhuma!!! Celular serve para que eu me comunique com o outro, e não para que eu deixe de me comunicar! Esses aplicativos, a internet, o vício virtual acaba nos afastando cada vez mais da realidade, das relações humanas. Uma sensação de companhia, solitária. Uma auto-suficiência virtual. Uma dependência tecnológica…
Aí, o calor da vida se transfere aos animais de estimação. Na certeza do afeto.
Aliás, este é mais um ponto!
Estou espantada com a comoção em torno dos pets. Cedi aos pedidos das minhas filhas e agora tenho a Laika. Uma cachorrinha safada e sem vergonha das maaaais fofas! E tem fralda, brinquedinhos, vermífugo, anti-pulgas, anti-odor. anti-carrapato, anti-cerumen, anti-fazerxixiecocô no lugar errado, anti-mordida, anti-anti-anti… anti-ser-cachorro!!!
TUDO para tranformá-la em gente! Urbanizada, domesticada, uma criança eterna e de eterno afeto.
Neste setor, como os aplicativos, há uma séeeeeerie de produtos para "auto-consumo". Bebedouro de porcelana!!! Coleira de strass!!! Daqui a pouco, a PANDORA fará uma coleirinha para os bichinhos rsrs… Diversas marcas de antis - e a gente vai ler a composição, TUDO igual com diferenças enormes de preços. Nem o vendedor sabe a diferença, só se restringe a dizer qual produto que sai mais…
De repente, ficamos dependentes de toda essa parafernália!
Tenho um celular para me comunicar com um outro! Para isso, dentro do sistema de telefonia a desejar, funciona bem.
Tenho uma c-a-c-h-o-r-r-i-n-h-a que faz xixi e cocô na soleira da porta, e come a fraldinha - mas, putz, só faltava ter piniquinho né… - e já sabia que não passaria disso. Aos humanos o que há de humano, aos animais o que lhes compete, aos celulares o que se propôs Graham Bell.
E quanto a TODO o resto.. Vamos viver, né?
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