sábado, 17 de setembro de 2011

Crack!

Por mais que a gente cuide de algo que gosta muito, em um dado momento se encontra uma rachadura. Quanto mais estimado o objeto, mesmo a mínima das distorções pode atingir proporções gigantescas. Aos olhos alheios, nada mudou. Mas para quem aquele era precioso demais...

Fica estranho!

O que era puro afeto... não rola legal. Fica pegando naquela irregularidade. Aí, tentamos a "maquiagem":
"ah, nem foi tanto assim"
"tudo bem, foi só naquele instante, por um descuido. O que importa é a essência do objeto"
"faz parte... nada é perfeito mesmo"

Mas o que pega é que ERA perfeito. Como pode não ser mais, por uma rachadura TÃO pequena...

E aí, o que fazer? Quanto o que é QUASE perfeito vale a pena?

Invariavelmente, passamos a analisar. Listamos os pontos positivos... os negativos... como ficaríamos sem ele... como ficaríamos com ele. Para deliberar com calma, inevitavelmente afastamos o afeto: afinal, como julgar com as emoções à tona? Talvez, quanto mais se racionaliza o que não tem nada de racional, mais confusos e desconfortáveis ficamos.

Talvez seja necessário conviver com isso tudo. Impossível recuperar a imagem anterior, isso é fato.

Conviver
Experimentar
Tatear
Trocar
Deixar as aferências sensoriais assumirem o comando
Habituar-nos ao que está se transformando

Afastar-nos, de vez, dos porquês!!

Talvez...

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