domingo, 25 de setembro de 2011

Um Conto Chinês

... atentos para as vacas que caem sobre nossas cabeças!

Incrível a semelhança com as animações



"You do what you have to do"
Do you really have to do what you have to do?



Lost... and found

sábado, 17 de setembro de 2011

Crack!

Por mais que a gente cuide de algo que gosta muito, em um dado momento se encontra uma rachadura. Quanto mais estimado o objeto, mesmo a mínima das distorções pode atingir proporções gigantescas. Aos olhos alheios, nada mudou. Mas para quem aquele era precioso demais...

Fica estranho!

O que era puro afeto... não rola legal. Fica pegando naquela irregularidade. Aí, tentamos a "maquiagem":
"ah, nem foi tanto assim"
"tudo bem, foi só naquele instante, por um descuido. O que importa é a essência do objeto"
"faz parte... nada é perfeito mesmo"

Mas o que pega é que ERA perfeito. Como pode não ser mais, por uma rachadura TÃO pequena...

E aí, o que fazer? Quanto o que é QUASE perfeito vale a pena?

Invariavelmente, passamos a analisar. Listamos os pontos positivos... os negativos... como ficaríamos sem ele... como ficaríamos com ele. Para deliberar com calma, inevitavelmente afastamos o afeto: afinal, como julgar com as emoções à tona? Talvez, quanto mais se racionaliza o que não tem nada de racional, mais confusos e desconfortáveis ficamos.

Talvez seja necessário conviver com isso tudo. Impossível recuperar a imagem anterior, isso é fato.

Conviver
Experimentar
Tatear
Trocar
Deixar as aferências sensoriais assumirem o comando
Habituar-nos ao que está se transformando

Afastar-nos, de vez, dos porquês!!

Talvez...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Papo furado

Da minha professora de pilates que acabou de se casar:

- Enfim vamos estrear nosso "Home Theater"! Meu noivo, ops, meu m-a-r-i-d-o... Como é difícil me acostumar a chamá-lo de marido!

Como é difícil começar a chamar alguém de namorado

tão difícil como passar a chamá-lo de noivo (isso ainda existe?)

depois, de marido

ex-marido

e voltar a chamar alguém de namorado... e assim vai.

É SEMPRE difícil! Níveis diversos de algemas para mostrar ao mundo uma segurança que, no fundo, ninguém tem e todos procuram. Isso porque talvez seja extremamente difícil encarar um relacionamento como de fato ele é: de limites imprecisos, diversos em suas particularidades, pouco concreto para permitir que o classifiquemos ou que o seguremos com as garras!

O afeto é surdo! Não escuta apelos ou conselhos ou regras. Seu movimento está na sua essência, no seu fogo interno. Talvez a grande ciência esteja em percebê-lo e adequar o nome ao seu modo; e não segurar sua força pelo nome.

domingo, 11 de setembro de 2011

Arrependimento

Para meu mestre Aristóteles, a ação (e não o pensamento) destina-se ao Bem. A felicidade seria o sumo Bem ou, a somatória de todos os bens. O que seria o Bem? O fim de uma ação justa, aquela em estreita conexão com o pensamento, feita mediante a reflexão sobre os meios que conduzem a ação.

Deste modo, para bem escolher, não se leva em consideração o resultado (fim) almejado, e sim os meios disponíveis naquele momento.

É um aprendizado. Quanto mais ações deliberadas deste modo, "melhor esculpidos" os fins conquistados e mais próximos estaremos da felicidade.

Mas nem tudo são flores...

Por vezes, agimos independente da nossa vontade. Forçados. Como quando opta-se por comprometer uma artéria nobre para extirpar um tumor. É uma ação involuntária. Causa dor.
"Por vezes é difícil julgar qual coisa se deve escolher ao preço de qual outra e o que suportar em troca de quê, e é ainda mais difícil perseverar nas resoluções, pois nas mais das vezes o que é esperado é penoso, e aquilo a que somos compelidos é vil; de onde há ou não louvor e censura a respeito de quem é compelido."

Outras, desconhecemos algum ponto que seria essencial no processo da deliberação. Ou, não conseguimos identificá-lo a tempo e só nos damos conta daquele ponto depois de ter agido. Como quando tratamos uma infecção com um antibiótico que traz uma reação alérgica naquele paciente. A crise alérgica foi suscitada por ignorância.

E onde fica o arrependimento nessa conversa de louco?

Aristóteles diz que quando nos arrependemos, o ato foi involuntário. Se não há arrependimento, o ato foi não-voluntário.

E por um acaso adianta nomear alguma coisa? O que importa se o ato foi involuntário ou não-voluntário?

Bom, se não há arrependimento, creio que não há aquela vontade de refazer tudo de novo, ou
1. o ato não voluntário foi bem deliberado, ou seja, o fim compensou o que foi deixado para trás. Sentimo-nos responsáveis pela ação que chega a ser louvável - apesar da dor pela perda.

2. ligamos o "foda-se" e não estamos nem aí para o resultado obtido. Foi circunstancial, acontece com todo mundo. Não nos sentimos responsáveis e pronto.

Se há arrependimento... Aí é foda. Dá vontade de voltar no tempo, fazer tudo de novo, e sabemos que, já que não conhecemos os "caminhos de minhoca", isso ainda não é possível.

Talvez o mais difícil seja discernir o que é a dor pela perda e o que é arrependimento, dado que são motivos e consequencias diversas de sentimentos próximos.

Acho que, no momento, estou arrependida. Fiz uma escolha sem conseguir enxergar direito as circunstâncias. A aflição era tanta, aferências diversas, não fui capaz. Eu queria voltar no tempo e fazer tudo de novo.

Mas o Filósofo de novo nos salva. As ações são frutos da razão aplicada às emoções. Como não há como matematizar as emoções, há que se fazer sempre um ajuste entre a razão e a natureza imprecisa do processo da escolha. Como um arqueiro que mira o alvo. Dificilmente o acerto é exato. Perdoamos a quem erra por pouco, assim como elogiamos a quem quase acerta.

"Ethica Nicomachea". Recomendo!!!