segunda-feira, 2 de maio de 2011

navalha

As cores e as dores
dos amores partidos
aqui e ali
tecem um véu 
translúcido

Tateio e não vejo
Falo e mal escuto
Abafa-se a textura da pele
             a doçura da voz
           a alma das palavras


De repente
perde-se um ponto
o tecido esgarça


E uma luz, tímida
ameaça surgir
     Por vezes, despercebida,
volta de ré`
     Por vezes, encanta


Teu canto invade
o pensamento,
um alento
no branco


Tens permissão para
pouco a pouco
divulsionar-me


Suscita o mel
que me preenche
e te acaricio


Penetra
Vigoroso
Despetala, "estacato"
cada fábula sedimentada


Desnuda-me
Desvelo-te


Nus
Nous
Crus

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