terça-feira, 15 de abril de 2014

Sobre cães e casamentos

Acho que as pessoas tvez se espantem com minha frieza frente aos cães e gatos. Sou uma cuidadora, mas não tenho a menor vontade de soltar um "ownnn" frente a uma travessura desses bichinhos. Detesto vê-los sofrer, assim como detesto ver uma planta secar. Só.

Não foi sempre assim.

Eu e meus irmãos, como toda criança, vivíamos pedindo aos nossos pais mais um irmãozinho ou um cachorrinho.

Eis que veio o Juno, um pincher ardido que não parava de latir, fazia xixi por todos os cantos da casa, ninho de pulgas - ele era mínimo mas conseguia ser um mundo de pulgas!!! - e mordia todos, mas todos mesmo.

Foram 15 anos de sofrimento: a gente não tinha coragem de se desfazer dele - não tínhamos um inimigo tão odiado que merecesse aquela praga.

Quando adoeceu, foi-se pela lei da natureza. Não procuramos veterinário, nem hospital de cães, nada disso. Em nada interferimos.

Nenhum remorso - ou talvez algum… Ainda tenho pesadelos com isso.

Enfim, nunca mais quisemos saber de animais de estimação. Nenhum de nós.

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Esta história é beeeeeem diferente da maioria das histórias felizes, em que há um amor tremendo e a morte do animal é uma tristeza só.

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Em ambos os casos, uma reação possível é a recusa em se ter um animal.
Mas, perceba, a causa é extremamente diversa.
            No primeiro caso, a obrigação de suportar o relacionamento traumatizou!!! Já imaginou tudo de novo? A repulsa é pela desgraceira da relação.
            Já no segundo caso, é o medo do sofrimento do término da relação.

Perceba, de novo, que isso é como casamento!!!
Um ex que sofre pacas com o término da relação, evita entrar em outro. Não exatamente tem repulsa à relação. A relação para ele é tudo de bom, mas teme - e muito! - sofrer com o fim.
Agora… um ex que sofreu DURANTE a relação, evita entrar em outro por repulsa mesmo! O casamento, e não o fim dele, é que dá falta de ar…

Acho que sou um caso perdido.
Definitivamente...

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