"Devemos nos libertar desse conservadorismo cultural, tal como devemos nos libertar do conservadorismo político. Devemos desmascarar nossos rituais e fazê-los aparecer como são: coisas puramente arbitrárias, ligadas ao nosso modo de vida burguês. É bom - e isso é o verdadeiro teatro - transcendê-los através do modo do jogo, através de um modo lúdico e irônico; é bom ser sujo e barbudo, ter cabelos compridos, parecer uma moça quando se é um rapaz (e vice-versa). É preciso pôr em "cena", exibir, transformar e derrubar os sistemas que nos ordenam pacificamente".
M. Foucault, Estratégia poder-saber, Ditos e Escritos
E se passássemos o Reveillon de vermelho? Ou preto?
E se o dia das mães fosse aquele dia inespecífico em que temos vontade de passar o dia inteiro com nossa mãe?
Dia das crianças com vontade de pirulito e montanha russa?
Casamento como instante de compromisso de alma, de enlaçar os dedos e andar de mãos dadas pelo parque, sem promessas de eternidade ou necessidade do felizes para sempre?
Trabalhar de regata e short por conta do calor...
Andar de havaianas, já que descalça não consigo...
A forma que nos enforma e sufoca... para que? Para mimetizar? Para dissolver entre os olhares perdidos e opacos...
A mesma forma que nos diferencia e nos opõe, que nos distancia, que nos impede que simplesmente encontremos nossos olhares. Aquele difícil olhar que nos despe e nos encara como realmente somos:
nus
chatos
maus
fedidos
pura impureza....
sim, a mais pura e sincera
eSsêNCia.