segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

E se...


"Devemos nos libertar desse conservadorismo cultural, tal como devemos nos libertar do conservadorismo político. Devemos desmascarar nossos rituais e fazê-los aparecer como são: coisas puramente arbitrárias, ligadas ao nosso modo de vida burguês. É bom - e isso é o verdadeiro teatro - transcendê-los através do modo do jogo, através de um modo lúdico e irônico; é bom ser sujo e barbudo, ter cabelos compridos, parecer uma moça quando se é um rapaz (e vice-versa). É preciso pôr em "cena", exibir, transformar e derrubar os sistemas que nos ordenam pacificamente".

M. Foucault, Estratégia poder-saber, Ditos e Escritos


E se passássemos o Reveillon de vermelho? Ou preto? 
E se o dia das mães fosse aquele dia inespecífico em que temos vontade de passar o dia inteiro com nossa mãe?
Dia das crianças com vontade de pirulito e montanha russa?

Casamento como instante de compromisso de alma, de enlaçar os dedos e andar de mãos dadas pelo parque, sem promessas de eternidade ou necessidade do felizes para sempre?

Trabalhar de regata e short por conta do calor...

Andar de havaianas, já que descalça não consigo...

A forma que nos enforma e sufoca... para que? Para mimetizar? Para dissolver entre os olhares perdidos e opacos...

A mesma forma que nos diferencia e nos opõe, que nos distancia, que nos impede que simplesmente encontremos nossos olhares. Aquele difícil olhar que nos despe e nos encara como realmente somos:

nus
chatos
maus
fedidos
pura impureza....

sim, a mais pura e sincera

eSsêNCia.







domingo, 23 de dezembro de 2012

Dica

Estava pensando na música do chico sobre um copo pela metade cheio ou vazio.
Quando a porta do estabelecimento está entreaberta - fecha ou abre?

Percebo como estão os relacionamentos nestes tempos líquidos. A porta, no máximo entreaberta. E, no mínimo, entreaberta. O que é capaz de mantê-la assim, escapando de sua tendência?

De novo, Kant está certo: o medo ou a preguiça.

Sim, às vezes o que está por ser conhecido é tão diverso, mexerá tanto com a pseudo-estabilidade da rotina, que dá preguiça de tudo mudar. E medo de, depois de mudado, ter que reestruturar se tudo mudar novamente.

As ofertas são tão grandes, o leque amplo de pessoas, que pensamos: "ah, melhor partir para outra. Tanta gente para se conhecer... Vai existir um que encaixe direitinho e não dê trabalho"

Pode ser sim um estilo de vida. Estilo este que endeusa o parceiro, de tal modo que seja exatamente como deseja: o que nos completa ou o que coincide conosco, mantendo a rotina como sempre foi. Não dá trabalho, não requer esforço e se escapar, nada terá que reestruturar. E vamos pulando de galho em galho, nos divertindo enquanto dura, e dando um "foda-se, eu não preciso dele mesmo..."

pausa para refletir...

Acho que agora me percebo uma obstinada. Gosto de ir até o fim. Mesmo um filme ruim, gosto de ver como termina.
Eu gostaria sim que me procurasse e que apostássemos nesta porta entreaberta. Sou preguicenta, mas medo, definitivamente não tenho. Nem de portas fechadas e nem de portas escancaradas.

Estou te esperando!

=)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Click


apagou
virou pó
a brisa levou...

nenhum sinal do que foi!!!!

só as palavras  dEScOlaDas dE Mim.
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sábado, 15 de dezembro de 2012

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Lullaby

Sabe aqueles momentos em que parece que as coisas estão por um fio?
Quando escapamos do nosso corpo e tanto faz se ele está ou não no mundo...

A realidade é tão adversa, tão esquisita, que vc já não está lá. Parece que não há saída, só se descolarmos do corpo e deixá-lo se virar.

Eu não sei porque, mas nestes momentos nos encontramos.




Vou te confessar: eu também não tenho a menor idéia do que fazer!!! Eu também fico perdidinha. Fico sem rumo. Amedrontada sim.
Dá vontade de te oferecer meu corpo para acolher tua alma perdida...

Mas talvez... isso seja o melhor que tenho a fazer mesmo. E só.

"Vai dar tuuuuudo certo =)"

=)

domingo, 2 de dezembro de 2012