Já estamos cansados de ouvir que o amor acontece, aparece quando menos se espera, nos pega de surpresa, e tantos outros...
Por que será?
Quem está à procura, inevitavelmente lista uma série de características favoráveis e desfavoráveis. Ah, inteligente, sensível, motorizado, casa própria, emprego estável, sem vícios, que goste de crianças, poeta, que toca algum instrumento, companheiro de supermercado e de compras... Como qualquer coisa que procuramos:
- apartamento de 2 quartos, garagem, rua tranquila
- ou um caderninho de capa resistente, folhas destacáveis, levinho.
- guarda-chuva que só aparece quando chove...
Pode ser João, José, Mário (...?), edifício solar, cancun, riviera, caderninho marrom ou vermelho...
Tanto faz, contanto que tenha o maior número de características procuradas.
Qualquer desvio torna-se um defeito. Dá até medo de conhecer melhor...
Mas quando não estamos procurando, não há lista pré-formada. Há afinidades, claro. Mas é o encanto que nos abduz.
Cada surpresa aumenta a lista de características que nem sabíamos que estávamos procurando.
Qualquer desvio torna-se mais uma qualidade. Dá vontade de conhecer cada vez mais.
O olhar intencional, focado, objetivo, mais uma vez é o que nos cega e nos faz perder o que há de melhor.
Foi assim que fugi!
E foi na penumbra, terra de ninguém e do avesso que então me encontrou.
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