terça-feira, 15 de março de 2011

Para as causas impossíveis... ou só difíceis



Não há nada externo que possa abalar o que sinto sobre isso. Se houvesse, dificilmente estaria por aqui. Maior ameaça seria a ressaca moral que por vezes me cutuca. Aquilo que nos colocam como certo ou errado. O que nos ensinaram que funciona e o que já nos negaram por não funcionar. É o medo de virar armadilha da pureza e da delicadeza do que acreditamos. Pq o que é puro e delicado, sublime, às vezes não consegue escapar do sonho, do absurdo.

Pode não parecer, mas vivo lutando para nos manter assim, fortes. Para me afastar dessa armadilha moral e nos trazer para a (cada vez mais) minha verdade. 

Só uma paixão como esta que estamos vivendo, para raros e curiosos, que se nutre do abismo próprio e do outro, sobrevive ao nosso maior inimigo - nós mesmos. E é capaz de recolocar o sonho como verdade e a realidade como absurda.

Como excluir uma suspeita? Ou, como negar um sonho absurdo? Tudo faz parte, inclusive o avesso. Mas cada vez mais aprendo a encontrar a verdade no que há de mais Belo, Bom e Justo

tô bem platônica mesmo...


"- Sabes que os olhos quando se voltam para objetos cujas cores já não são mantidas pela luz do dia, mas pelos clarões noturnos, vêem mal e parecem quase cegos, como se não tivessem uma visão clara.
- Exatamente
- Mas, quando se voltam para os que são iluminados pelo Sol, acho que vêem nitidamente e torna-se evidente que esses mesmos olhos têm uma visão clara.
- Sem dúvida.
- Portanto, relativamente à alma, reflete assim: quando ela se fixa num objeto iluminado pela verdade e pelo Ser, compreende-o, conhece-o e parece inteligente; porém, quando se fixa num objeto ao qual se misturam as trevas, o que nasce e morre, só sabe ter opiniões, vê mal, alterando o seu parecer de alto a baixo, e parece já não ter inteligência.
- Parece, realmente.
- Fica sabendo que o que transmite a verdade aos objetos cognoscíveis e dá ao sujeito que conhece esse poder é a Idéia do Bem (...)"
A República - Platão 508d

Para os antigos, a felicidade ou o Sumo Bem aristotélico, é consequência do exercício da virtude.

"A virtude é tão necessária aos nossos corações que, uma vez abandonada a verdadeira, fazemos uma a nosso modo, e a ela nos ligamos talvez até mais fortemente, porque é da nossa escolha" - J.-J. Rousseau

"A virtude tem isso de feliz: basta-se a si mesma e dispensa os admiradores, partidários e protetores. La Bruyère"



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